“Ter o diagnóstico do autismo não foi tão sofrido. Antes de tudo, eu queria saber o que ele tinha, era muito difícil ver as diferenças e dificuldades e não saber. Pra mim foi um alívio porque podemos trabalhar em cima disso, as terapias ficaram mais frequentes, o acompanhamento com os profissionais”, explica a estudante Thaynara Almeida, 23 anos, mãe de um menino chamado Arthur, de quatro anos.
Hoje, dia 02 de abril, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data é celebrada anualmente e foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro de 2007, com o propósito de reduzir o preconceito e a discriminação contra quem possui o TEA ou Transtorno do Espectro Autista.
O diagnóstico de ter um filho autista nem sempre é fácil, mas para algumas mães podem ser a resposta de muitas dúvidas. Foi o caso de Thaynara Almeida, para ela o diagnóstico do autismo foi um alívio.
"O seu colo é o meu abrigo! Eu vivo o autismo", diz Thaynara Almeida em post publicado nas redes sociais sobre o dia do Autismo (Foto: arquivo pessoal)
“Eu sempre soube que o Arthur [filho] era diferente de outras crianças. Ele tinha características que eram diferentes, principalmente as estereotipias, ele pulava muito, sempre foi agitado, abanava os braços, bastante, principalmente em momentos de agitação, de tédio. Se ele ficasse sem fazer nada ele já começava. Eu via que ele era diferente, só que eu não sabia o que era. Depois da consulta com o neuropediatra foi que a gente começou a ter noção do que poderia ser”, explica Thaynara em entrevista ao Portal AZ.
Arthur foi diagnosticado com autismo aos dois anos e oito meses. O diagnóstico surgiu após uma consulta com o fonoaudiólogo. Thaynara resolveu levar o filho ao médico por achar que ele ainda não estava se comunicando tão bem como as demais crianças de sua idade. No primeiro contato com a especialista, Arthur não falava com a médica e nem respondia suas perguntas.
“O contato através do olhar não existiu nessa consulta. Foram duas consultas com ela e depois ela me indicou a levar ele em um neuropediatra. Foi isso que eu fiz e lá ele apontou que o Arthur poderia ser autista, porque ele apresentava algumas características do espectro autista. A partir daí foi onde tudo começou”, disse.
Hoje Arthur tem um acompanhamento de uma psicóloga, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional e psicopedagogo que auxilia ele na escola. Além desses profissionais, Arthur também tem o acompanhamento de pediatra, neuropediatra e nutricionista.
Hoje a rotina do Arthur é composta pelas terapias durante a semana (Foto: arquivo pessoal)
Thaynara revela que após um ano de terapias ela teve o laudo fechado do diagnóstico do Espectro autista, onde confirmava que Arthur tinha autismo infantil modo leve, chamado também por autismo nível um ou grau um. Segundo ela, o diagnóstico é o mais fácil de cuidar, de lidar, dentre os outros, mas aponta que os cuidados e atenção devem ser trabalhados mais ainda pelo fato dele (Arthur) ser uma criança e as dificuldades acabam passando despercebidas.
Relação social ainda requer cuidados
Hoje a rotina do Arthur é composta pelas terapias durante a semana, além disso o menino pratica natação. A mãe, Thaynara, revela que depois das terapias, Arthur teve uma avanço e hoje ele já consegue interagir melhor com as outras crianças. Apesar de ter avanços no comportamento de Arthur, Thaynara explica que ainda existe problemas na interação social.
“A gente tem um pouco de dificuldade em sair com ele. Ele ainda não reage bem a mudanças de ambientes, principalmente durante as saídas. É o que estamos trabalhando em cima disso para que ele possa se acostumar e se adaptar a determinados lugares”, disse.
Melhorias e conselhos para quem convive com o autismo
Com as terapias ocupacionais e todo tratamento realizado após o diagnóstico do autismo, hoje o menino Arthur já participa de atividades que interagem com o meio social, fala muito bem e já se interessa por outros assuntos. Thaynara revela que tudo isso só foi possível através da aceitação, paciência e carinho durante o tratamento que Arthur recebeu nas consultas e dentro de casa.
Thaynara Almeida e o filho Arthur (Foto: reprodução Facebook)
Questionada pela reportagem sobre os conselhos que deixa para quem tem filho autista, Thaynara afirma que é preciso ter “fé, paciência e persistência” durante e após o tratamento.
“Você sabe que é um caminho longo, uma vida inteira. Ele não vai deixar de ser autista, por mais que os sintomas desapareça. Ele vai conviver com o autismo o resto da vida dele e quanto mais o tempo passa, mas ele se perguntará porque é diferente dos outros. E será a hora de conversar, sentar e mostrar pra ele que o mundo é preconceituoso. Que é difícil, a gente não romantiza o autismo, não é bonito, pode não ser fácil chegar e falar, mas é necessário para que as terapias funcione com as crianças porque cada terapia é diferente. É necessário persistência para se manter firme. Se você não tiver forças para continuar, nada funciona, nada dá certo. É doloroso saber que você tem um transtorno que é para o resto da vida e que hoje ele não entende bem, mas quando ele tiver conviver com o autismo dele, ele vai ter que enfrentar o medo e as dificuldades sozinho. Muita força para não deixar se abater por nada”, finaliza Thaynara.
O que é o autismo?
O Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características principais: dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos; inabilidade para interagir socialmente; padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Fonte: Portal AZ
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