O vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e presidente do Sistema Fecomércio Sesc/Senac no Piauí, Valdeci Cavalcante, cancelou sua agenda nesta quarta-feira (20), para prestar sua última homenagem ao amigo e conterrâneo, o ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, falecido na manhã de ontem. Ele compareceu ao velório do ex-ministro, no Rio de Janeiro, e prestou condolências à esposa, Izabel Velloso e seus filhos.
Valdeci Cavalcante lembrou que em maio de 2015 o Sesc prestou homenagem ao ministro com a denominação do maior Centro Cultural do Piauí – a antiga União Caixeiral, no centro de Parnaíba, onde o próprio Reis Veloso havia concluído o curso Técnico de Comércio. Foi uma das solenidades mais concorridas do Estado com a presença de diversas autoridades políticas e sociais do Piauí, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
“Nós temos a prática de prestar homenagens às pessoas em vida. É uma forma de reconhecer o legado dessas pessoas que nos honram com suas história e suas contribuições para a sociedade”, acentua Valdeci Cavalcante. Ele lembrou que Sistema Fecomércio tem a tradição de homenagear empreendedores piauienses com a denominação de suas unidades no Estado.
João Paulo dos Reis Veloso era natural de Parnaíba (PI). Foi ministro do Planejamento por dez anos e um dos responsáveis pela criação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Piauí emitiu uma nota de pesar pelo falecimento do ex-ministro. As bandeiras das unidades do Sesc e do Senac no Piauí foram colocadas a meio mastro em ação de pesar pela perda do ilustre parnaibano.
Sobre João Paulo dos Reis Velloso
João Paulo dos Reis Veloso nasceu em Parnaíba (PI) no dia 12 de julho de 1931, filho de Francisco Augusto de Castro Veloso e de Maria Antonieta Torres Veloso. Seu pai era funcionário dos Correios e Telégrafos e sua mãe, costureira.
Fez seus primeiros estudos em sua cidade natal, tendo cursado o secundário no Colégio São Luís Gonzaga. Também em Parnaíba fez o curso técnico de comércio na Escola Técnica de Comércio da União Caixeiral.
Entre os anos de 1947 e 1949 trabalhou na empresa Morais e em 1950 exerceu o magistério. Nesse último ano participou no Piauí da campanha do brigadeiro Eduardo Gomes, candidato da União Democrática Nacional (UDN) à presidência da República, derrotado por Getúlio Vargas nas eleições de outubro.
Em março de 1951 transferiu-se para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, tornando-se secretário do deputado federal Jorge Lacerda, da UDN de Santa Catarina, função que exerceu até o ano seguinte. Ainda em 1952 foi admitido no Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), como escriturário e oficial de administração. Durante sua breve carreira no IAPI, exerceu ainda cargos de confiança, primeiro como assistente e depois como secretário da presidência. Em 1955 deixou esse instituto, ingressando por concurso em outubro desse mesmo ano no Banco do Brasil , em São Paulo, também como escriturário. Ainda em São Paulo, iniciou o curso de economia na Fundação Álvares Penteado em 1957.
No ano seguinte foi transferido para o Rio como assessor da presidência do Banco do Brasil, continuando o curso de economia na atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Em maio de 1960, logo após a inauguração da nova capital, transferiu-se para Brasília, ainda como assessor. Terminou o curso de economia no Rio nesse mesmo ano e deixou Brasília em janeiro de 1961. De volta ao Rio, já no governo de João Goulart, foi designado em setembro para servir no gabinete do ministro da Fazenda, Válter Moreira Sales. Realizou também cursos de pós-graduação em economia, o primeiro ainda em 1961 no Conselho Nacional de Economia, e o segundo em 1962 no Centro de Aperfeiçoamento de Economistas, atual Escola de Pós-Graduação em Economia, da Fundação Getúlio Vargas. Em setembro de 1962 foi para a Universidade de Yale, em New Haven (EUA), onde permaneceu até maio de 1964, obtendo o título de mestre em economia. De volta ao Brasil, em julho, já no governo do marechal Humberto Castelo Branco - instalado com o movimento político-militar de 31 de março de 1964, que depôs João Goulart -, foi incumbido pelo ministro do Planejamento Roberto Campos de organizar o Escritório de Pesquisa Econômica e Social Aplicada (EPEA) atual Instituto de Planejamento Econômico e Social (IPEA) -, exercendo a chefia da instituição até 1968.
Em abril desse último ano, no governo do marechal Artur da Costa e Silva, quando Hélio Beltrão era ministro do Planejamento, Reis Veloso foi empossado no cargo, recentemente criado, de secretário-geral da pasta. De 1968 a 1969 integrou também o Conselho Federal de Educação (CFE) e o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq).
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