20 de set. de 2018

Saiba a posição dos presidenciáveis sobre a legalização das drogas


Presidenciáveis em debate na Band
Presidenciáveis em debate na Band. (Foto: Divulgação)

Apesar de sua relação umbilical com o aumento da violência no Brasil, o combate às drogas não é colocado como prioridade pela maioria dos candidatos à Presidência no pleito deste ano.
Mesmo assim, a pesquisa recente do Instituto Real Time Big Data mostra que cerca de 70% da população brasileira se declara contra a legalização da maconha. Para alguns políticos, esse seria um dos caminhos para que se diminuísse a criminalidade.
Experimentos de países como o vizinho Uruguai e da Holanda, comumente apontada como modelo, já mostraram que não é bem assim que as coisas funcionam.
Embora esteja ausente da maioria dos planos de governo apresentados junto ao Tribunal Superior Eleitoral, os candidatos à Presidência da República deram várias declarações sobre o tema, seja em entrevistas ou debates.
O Gospel Prime faz um apanhado das mais importantes e apresenta a posição dos presidenciáveis abaixo.

Álvaro Dias (Podemos)

O candidato afirma que o assunto é “sério” e, pessoalmente, afirma ser “radicalmente contra a liberação das drogas”, pois isso “estimularia o consumo”. Sem dar detalhes, defendeu a construção de uma frente latinoamericana de “combate à produção e tráfico de drogas”.
“O lugar de quem produz e de quem trafica drogas é na cadeia e os consumidores têm que ser tratados e, obviamente, curados se possível”, asseverou.

Cabo Daciolo (Patriota)

Evangélico, Cabo Daciolo declarou no debate na RedeTV!: “Sou contra a liberação das drogas no Brasil”.
Em seu plano de governo, diz que vai “focar no combate ao tráfico de entorpecentes, pelo fato que, drogas e armamentos são a base de sustentação do crime organizado no Brasil”. Lembra ainda que “a dependência química é o pano de fundo na motivação de infratores a cometerem delitos”.

Ciro Gomes (PDT)

O trabalhista já viveu o drama da drogadição em sua própria família. Através de suas redes sociais comentou o assunto, considerando a “guerra ao tráfico” como “perdida” e não vê o “mero encarceramento” como solução.
Em sua participação no programa Roda Viva, também tergiversou ao abordar a necessidade de sua proposta concreta sobre o assunto. Lembrando que as igrejas são contrárias, disse que não imporia a liberação.
Em outros momentos defendeu que o “moralismo religioso” não deveria pautar o debate. “O usuário não é criminoso. É preciso descriminalizar o uso, mas pesar a mão no tráfico. Pesar muito pesadamente”, afirmou.

Fernando Haddad (PT)

Substituto de Lula, preso em Curitiba após ser condenado a 12 anos de prisão, Fernando Haddad tem como vice Manuela D’Ávila, do PCdoB. Quando ela ainda postulava uma candidatura à presidente, defendia a legalização através da “cobrança de impostos sobre a venda de drogas, como a maconha, cuja arrecadação seria aplicada nas comunidades que sofrem com a guerra do tráfico.”
plano de governo de Haddad, que é basicamente o mesmo divulgado por Lula, propõe uma “nova política sobre drogas”. O texto fala em “enfrentar a rede de negócios ilegais que o tráfico internacional promove” através da “descriminalização e a regulação do comércio”.
Diz ainda que “o país precisa olhar atentamente para as experiências internacionais que já colhem resultado positivos com a descriminalização e a regulação do comércio”, mas não cita nenhum país como exemplo a ser adotado.

Geraldo Alckmin (PSDB)

Nos anos em que foi governador, o tucano não tem um grande histórico de sucesso no combate às drogas. Durante sua entrevista no Roda Viva, defendeu apenas ações mais duras no controle sobre as fronteiras e o uso da tecnologia no combate às drogas.
Como faz com muitas questões, Geraldo não é direto ao dar respostas. Ao mesmo tempo  David Uip, coordenador de saúde do programa de governo do PSDB, diz que levará a proposta de descriminalização das drogas ao ex-governador. “Estou fazendo o levantamento de toda a literatura sobre o tema: onde deu certo, onde não deu e quais são os limites. É um assunto extremamente polêmico”.

Guilherme Boulos (PSOL)

Seguindo a tradição de seu partido, o candidato se declara favorável à legalização. Assim como faz com o aborto, tenta abordar o tema majoritariamente como algo que pertence ao campo da saúde. No seu programa de governo, destaca que se opõe à política de “guerra às drogas” que está em vigor.
“Décadas de proibição não tiveram nenhum efeito positivo sobre a violência. Hoje temos mais drogas em circulação e mais mortes relacionadas ao comércio do que ao consumo. Morre o varejista, não quem lucra num dos maiores negócios do mundo”, afirma o documento.
Sobre a legalização, afirmou em publicação no Twitter: O Brasil precisa avançar nesse ponto sem tabus. Nós vamos levar adiante essa pauta”.

Henrique Meirelles (MDB)

O ex-ministro da Fazenda de Temer afirmou em entrevista à revista ISTOÉ: “Acho que a maconha é uma questão de direito individual. Não devemos penalizar e criminalizar o consumidor. Principalmente se for para uso medicinal. Maconha eu liberaria, mas dentro de algumas restrições, com controle rígido, como outros países fazem. Ainda mais depois que as pesquisas apontaram que não causa danos permanentes. Cocaína sim. Tem que ser criminalizada”.

Jair Bolsonaro (PSL)

Reconhecidamente contrário, Bolsonaro já repetiu isso nos debates e pelas redes sociais. “Um chefe de Estado deve tomar posições, decidir, mostrar a todos sua verdadeira face. Sempre me posicionei contra a liberação das drogas e aborto”, afirmou pelo Twitter.
Quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso propôs a legalização de maconha e cocaína no Brasil, argumentando que a proibição ajudava a superlotação presídios. Também pelas redes, Bolsonaro questionou: “Que tal legalizar corrupção, já que as celas estão também cheias em Curitiba?”.
Em entrevista à jornalista Mariana Godoy, da RedeTV! afirmou: “Vamos perguntar a qualquer pai se ele é favorável à liberalização das drogas. Eu acho que 99% são contra, até porque ela [a droga] vai chegar às escolas. Um dos últimos a liberar foi o nosso Uruguai aqui embaixo e já há uma preocupação porque aumentou o consumo”.

João Amoêdo (NOVO)

Durante sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura. Amoêdo declarou-se contrário a legalização das drogas. “Num primeiro momento, eu sou contra a descriminalização. O Brasil tem um problema grave de segurança, certamente o combate às drogas, da forma como está, não está funcionando. Acho que deveríamos fazer, num primeiro momento, programas mais educativos. Mas eu gostaria de aguardar um pouco mais o desenvolvimento de experiências fora pra gente ter certeza”, ponderou.
Antes do início oficial da campanha, porém, defendeu a descriminalização de “pequenas porções” de maconha para diminuir a “quantidade de pessoas presas”.

Marina Silva (REDE)

Concorrendo pela terceira vez ao Planalto, a posição de Marina não mudou desde a última eleição. Assim como fez com a questão do aborto, prefere não se posicionar claramente e defende que seja realizado um plebiscito.
Questionada pela VEJA se “o fato de ser evangélica influencia a avaliação dela sobre a descriminalização do aborto e da maconha”, Marina disse que o caminho é “ampliar o debate”. “Defendo para esse tema (direito ao aborto), assim como para a descriminalização da maconha, que se faça um plebiscito. Esse é o caminho de ampliar o debate. Não se resolve o problema das drogas e do aborto rotulando alguém de conservador ou fundamentalista”, argumenta.
O vice escolhido por Marina, Eduardo Jorge (PV), sabidamente defende a legalização da maconha. (Gospelprime.com)

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