8 de set. de 2018

O atentado a Bolsonaro

Bolsonaro no instante do atentando
O atentando contra o candidato do PSL à presidência da República, deputado federal Jair Bolsonaro, foi mais grave do que aparentou. Para ele e para a democracia.
Depois de ser esfaqueado durante um ato político que realizava na área central do município de Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, na tarde de ontem, o candidato esteve entre a vida e a morte.
Na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, a pressão arterial de Bolsonaro caiu a 8 por 3, em função da perda de sangue. Ou seja, quase sem batimentos cardíacos. Ele foi atingido no abdômen.
Foto: Reprodução
Bolsonaro na mesa de cirurgia
“Quase morto”
As informações preliminares davam conta que o corte teria sido superficial, mas um exame de ultrassonografia mostrou perfuração também no fígado e na alça intestinal.
Durante a cirurgia, o quadro de saúde do candidato se agravou quando ele teve uma hemorragia interna, felizmente controlada pelos médicos. Bolsonaro precisou também de uma transfusão de sangue. Após a operação, foi transferido para a UTI.
A assessoria de imprensa do hospital informou no início da noite apenas que o quadro do candidato era "estável". Uma nova avaliação médica vai dizer, hoje, se ele tem condição de ser transferido para outro hospital, em São Paulo.
No Twitter, o filho de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, falou sobre o estado de saúde do pai. "Infelizmente foi mais grave que esperávamos", disse ele, completando que o pai perdeu muito sangue e chegou ao hospital "quase morto". 
O agressor
De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais, o suspeito de ter dado a facada no deputado foi identificado como Adélio Bispo de Oliveira. Ainda segundo a PM, ele foi espancado por apoiadores de Bolsonaro e está muito machucado.
No ato de campanha pelas ruas de Juiz de Fora, Bolsonaro contava com a proteção de 21 agentes federais e meia centena de policiais.
A imprensa apurou que, no Facebook, Adelio tem fotos de passeatas contra o presidente Michel Temer. Ele é de Montes Claros. Em várias postagens no Facebook, ele critica o deputado carioca e, em vários posts, fala mal da maçonaria e de outros políticos.
A direção do PSOL em Minas Gerais confirmou que o suspeito de ter esfaqueado o candidato à Presidência da República foi filiado ao partido por pelo menos sete anos. 
Nas redes sociais, há vários textos em que Adélio ofende Bolsonaro ou critica suas propostas. No último mês de maio, o suposto agressor postou uma foto na qual aparece ao lado de uma placa que diz "políticos inúteis".
No mesmo dia, ele postou uma outra imagem com outro cartaz que pede a renúncia de Temer.
Ainda ontem, a Polícia Federal divulgou nota informando que abriu inquérito para investigar o atentado contra o candidato do PSL à Presidência.
Já circulam vídeos e análises nas redes sociais sugerindo que o agressor não agiu sozinho.
Foto: Reprodução

Novos ataques
Para Bolsonaro, o pior já parece ter passado. Mas, para a democracia, não. O que se viu ontem, nas redes sociais, após o atentando a faca contra o candidato do PSL, foi uma onda de ódio.
Os ataques virtuais a Bolsonaro começaram quando ele ainda agonizava na mesa de cirurgia. O post do senador Roberto Requião (PMDB-PR) sintetiza o sentimento anticandidato do PSL:
“Bolsonaro levou riscão de faca na barriga, oito pontos. Graças a Deus sobrevive bem. Ainda bem que não tem arma de fogo liberada no Brasil, senão estaria morto.”
Na corda bomba
Até certo ponto, esse tipo de ataque é compreensível, afinal o candidato prega que violência se combate com mais violência. Mas não podem ser aceitos.
O que aconteceu em Minas é muito grave, como grave também foi o atentando a bala contra a caravana do ex-presidente Lula, no final de março, no Paraná. Até hoje os fatos não foram devidamente esclarecidos.
Em ambos os casos, viu-se, com tristeza, muita gente comemorando tais atos de violência.
Bolsonaro não é, porém, o único a pregar o ódio. Este é o ponto mais grave.
Cabe, portanto, a cada brasileiro de boa vontade, combater esse ódio, interromper esse ciclo abominável.
O Brasil não pode continuar caminhando nessa corda bamba, buscando equilibrar-se entre o dramático e o trágico.

Por Zózimo Tavares 

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