O Brasil costuma ficar de fora de eventos de observação de fenômenos no céu, mas este não escapa da gente! Nesta sexta-feira (27), às 16h30, começa o eclipse lunar mais longo do século 21.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), na parte leste do País, a Lua vai nascer já na fase total do eclipse. Já a parte oeste verá o eclipse apenas como parcial. Nesta fase total, o satélite vai refletir uma tonalidade avermelhada, o que dá origem ao nome “Lua de Sangue”.
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O eclipse lunar total acontece quando a Lua entra na sombra da Terra. Como aponta o El País, pensando logicamente, seria natural presumir que o satélite ficasse invisível visto do nosso planeta. Porém, ao jornal espanhol, Miquel Serra, astrônomo do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC), explicou que dois fenômenos entram em ação para conferir à Lua o visual que vemos na imagem acima. O primeiro é o de refração, uma curvatura dos raios do Sol que rodeiam a Terra até chegar à Lua, e o outro é parecido com o que vemos no por do sol. A atmosfera dispersa as cores mais energéticas da luz solar, como o verde e o azul, de maneira que somente os raios vermelhos chegam à Lua. “O resultado é uma Lua iluminada com tons acobreados”, explica Serra.
O fenômeno de eclipse total vai durar pouco menos de duas horas, chegando ao fim às 18h13, no horário de Brasília. Antes disso, em São Paulo, por exemplo, terá seu momento “máximo” às 17h41. Este é o momento em que o eclipse atinge sua maior magnitude, com a Lua inteira estando acima do horizonte de São Paulo. A Lua começa a sair da sombra mais escura (umbra) a partir deste momento, marcando o início do eclipse parcial, que, por sua vez, vai até às 19h19. Por fim, neste horário, a Lua começa a entrar na sombra mais clara (penumbra), dando início à fase penumbral do eclipse, que termina às 20h29.
Em comunicado enviado ao Gizmodo Brasil, a pesquisadora Josina Nascimento, do Observatório Nacional, explica que este será o eclipse de maior duração do século por questões de geometria. Durante o evento, a Lua vai passar bem no centro da sombra da Terra, criando-se um eclipse total de 104 minutos de duração. “Esse tempo pode ser inversamente bem pequeno, como, por exemplo, o eclipse que aconteceu em julho de 2015 e que teve duração de 12 minutos”, aponta a pesquisadora.
Este mês de julho é especial também para outras observações. Josina Nascimento ressalta que vários planetas estão visíveis a olho nu no céu neste período: “Vênus está visível a oeste após o pôr do Sol; Júpiter já está alto no céu quando o Sol se põe; Saturno está visível também no início da noite a leste; e Marte, que está em máxima brilhância, está visível a leste logo no início da noite”.
Se desta vez o lado leste do Brasil é privilegiado pelo evento, a pesquisadora tranquiliza os moradores do lado oeste do País, afirmando que, na noite de 20 para 21 de janeiro de 2019, “o Brasil inteiro verá o eclipse total da Lua do início ao fim”.
Portanto, olhos para cima nesta sexta, amigos do leste. E olho no calendário para o próximo evento de eclipse total bem mais inclusivo.
Imagem do topo: Pixabay
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