A RESPEITO DA LAGOA DO PORTINHO

Ontem, ví numa televisão de Teresina um professor falar a respeito da Lagoa do Portinho. O seu comentário, ao meu saber, está equivocado. Ele conhece as barragens, mas, não conhece o leito do rio e sua história., Outrossim, o nome do rio não é Marruás. Estou de acordo com os técnicos da SEMAR. Aliás, quando antes do período invernoso, a lagoa estava seca, escrevi um artigo tratando da situação, quando mencionei que algumas lagoas da regiões norte dos Estados do Piauí e Ceará estavam completamente sem água, tal e qual, acontecera na famosa seca de 1915, entre elas a Lagoa do Prado, Lagoa do Meio, Lagoa das Arraias na região da Parnaíba e a Lagoa de Araras encravada no município de Barroquinha (CE). Entretanto, para ilustração do assunto, eis abaixo algumas informações do rio temporário que passa pela bacia da nossa linda e aprazível Lagoa do Portinho. Sabe-se que o Rio Portinho nasce em uma chapada fragmentada, próximo a Serra de Santa Rosa no maciço Serra Grande. Além dos desagues de chuvas ele é formado por três riachos na Data Espírito Santo de Baixo, que se unem na localidade Marruás, próximo ao Km 66 da linha férrea que liga Parnaiba a Bom Princípio. Ao longo do funil de encontro desses riachos, recebe o nome de Rio Portinho, cuja denominação nos idos de 1800 era Rio do Funil. Outros riachos temporários como o Cadoz, Braz, Capoeiras , além do Rio Brandão lançam suas águas no seu leito. Tem 60 Km de extensão até a sua foz no Rio Igaraçu , logo após as pontes que ligam o município de Parnaiba a Luiz Correia no lugar Bela Mina; Ao longo do seu percurso, quando no período invernoso, formam-se algumas lagoas, entre elas a do Portinho, onde em seu redor dunas mutantes dificultam a sua corrida de água natural rumo ao mar. A sua baixa declividade contribui para interrupção da corrente de água em alguns locais entre Marruás (Bom Princípio) e Olho D´agua (Parnaiba). As barragens a partir da localidade Braz e a adequação técnica da interligação da Lagoa do Portinho ao Rio Igaraçú, podem, sim, manter permanente o leito do velho Rio do Funil, pelo menos nesse trecho.

Por Vicente de Paula Araújo Silva
Parnaibano