Vicente NunesCorreio Braziliense
Um dos mais representativos banqueiros do país acredita que a onda Bolsonaro nas eleições está cada vez mais parecida com a que elegeu Lula em 2002. Desta vez, porém, o movimento não é de esperança, mas de repúdio a tudo o que se viu nos últimos anos, de corrupção, desmandos e degradação da imagem dos políticos. “O país cometerá um grande erro”, diz.
Para esse banqueiro, a sensação que se tem é de que, quanto mais Bolsonaro apanhar dos concorrentes e da mídia, mais ele vai crescer nas pesquisas de intenção de votos. “Não duvido da possibilidade de Bolsonaro ser eleito no primeiro turno. Nossas pesquisas internas mostram um apoio enorme a ele nas periferias das grandes cidades”, afirma.
DESDENHARAM – Na avaliação do banqueiro, faltou visão estratégica dos candidatos mais moderados, comprometidos com um ajuste fiscal e com reformas como a da Previdência Social. “Ficou todo mundo olhando para o próprio umbigo, desdenhando da candidatura de Bolsonaro. Agora, acordaram para o perigo que o capitão do Exército se transformou. Tomara não seja tarde para combatê-lo”, ressalta.
Esta semana será marcada por grande tensão, que começou neste domingo (10/06), com a divulgação de novas pesquisas eleitorais pelo Datafolha e passará pela reunião do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, que indicará para onde vão os juros na maior economia do planeta.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nesta matéria escrita antes do resultado da pesquisa Datafolha, o excelente jornalista Vicente Nunes não cita o nome do banqueiro, para não perder a fonte, mas em outra matéria ele revela que pesquisas encomendadas pelos banqueiros indicam que o segundo turno será entre Bolsonaro e Ciro Gomes. O detalhe mais importante é que o banqueiro não quer Bolsonaro e está apreensivo. Será que o mercado apoiaria Ciro no segundo turno? (C.N.)
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