Antônio Gallas*
Mais um intelectual parnaibano estará tomando assento a uma das cadeiras da Academia Parnaibana de Letras. Desta feita será o escritor e empresário Valdeci Cavalcante que a ocupará a cadeira de número 39 e que tem como patrono o senhor Gerardo Ponte Cavalcante, pai do neoacadêmico. A posse de Valdeci Cavalcante será nesta sexta-feira 13 de abril.
A escolha do nome de Gerardo Ponte Cavalcante para ser o patrono de uma das cadeiras da Academia Parnaibana de Letras, nós, membros da APAL estamos, além da homenagem, fazendo um ato de justiça a um cidadão que, embora não sendo parnaibano, amou esta terra tanto quanto um dos seus filhos e deixou um legado de trabalho, de justiça e de fraternidade.
Fui abordado por uma certa pessoa que perguntou-me se o senhor Gerardo havia pertencido a APAL e qual a obra literária escrita por ele.
É bom que se esclareça que os patronos das cadeiras das Academias não têm necessariamente que ser escritores ou que já tenham pertencido a Academia, mas a escolha pode ser feita a qualquer personalidade do mundo, do país, do estado ou do município, e que com o seu trabalho tenha contribuído para a cultura, para a educação, enfim, para o desenvolvimento da sua cidade e que já tenha falecido.
Nada mais justo do que imortalizar o nome de um cidadão de bem em uma cadeira que terá como o primeiro ocupante o seu próprio filho.
Sobre o senhor “Gerardo Cearense” publiquei na edição de número 3914 do Jornal Norte do Piauí em outubro de 2010, uma crônica que foi lida na missa de sétimo dia após seu falecimento e que transcrevo a seguir
“Dizem que devemos oferecer flores para as pessoas vivas, porque para os mortos, elas não têm qualquer valor. Em outras palavras isto quer dizer que se quisermos homenagear alguém, que o façamos com a pessoa em vida. Entretanto, existem pessoas que pela sua maneira de ser, pelo seu trabalho numa comunidade, pelo seu exemplo de vida, merecem ser homenageadas não apenas durante sua vida terrena, mas, também, após esta.
Gerardo Ponte Cavalcante, ou Gerardo Cearense como era conhecido na intimidade era uma dessas pessoas.
Conheci-o tão logo chequei em Parnaíba, no escritório do jornalista Batista Leão, no prédio onde à época funcionava a Rádio Educadora de Parnaíba. Anos depois, tive o prazer e a honra de ter sido seu vizinho na Rua Caramuru, no bairro Pindorama, onde acompanhei de perto o seu trabalho diuturno em ajudar aquelas pessoas menos favorecidas pela sorte e que o procuravam em busca de um auxilio material e às vezes até mesmo espiritual.
Seu Gerardo onde quer que chegasse irradiava alegria! Tinha sempre um sorriso largo, um abraço fraterno e uma palavra amiga. Não media esforços nem colocava dificuldades para socorrer aqueles que solicitavam sua ajuda na certeza de que seus problemas teriam uma solução.
Para o seu Gerardo, não importava a hora. Fosse manhã tarde, noite ou madrugada, Gerardo Cearense estava sempre solícito e alegre para receber e ajudar todos quantos necessitasse dos seus préstimos, e por essa razão para poder trabalhar ainda mais pelo povo pobre do seu bairro, pelo povo da Parnaíba, candidatou-se e foi eleito vereador por sete vezes, chegando a ser inclusive presidente da Câmara Municipal e prefeito de Parnaíba na ausência do titular Francisco de Assis de Moraes Souza, o Mão Santa. Dois cargos muito importantes na vida de um homem público: o cargo mais alto do poder legislativo – presidente e o de primeiro mandatário da mais importante cidade do Piauí, depois da capital.
Hoje aqui na terá estamos tristes, lembrando aquele que foi um bom amigo, um bom pai de família, um bom compadre, um bom padrinho, um bom homem público ( sério nas suas ações e acima de tudo honesto). Hoje, repito, aqui na terra estamos tristes, lembrando Gerardo Cearense, mas lá no céu, na glória do Pai Celeste, seus amigos, companheiros, compadres e afilhados que já se foram estão em festa porque sabem que mesmo lá do Céu seu Gerardo vai continuar ajudando as pessoas aqui na terra.
Como foi dito no início desta crônica, “as pessoas merecem homenagens enquanto vivas” e assim o fez Dr. Valdeci Cavalcante dando o nome de seu pai ao Centro Comercial Gerardo Ponte Cavalcante – o “Shopping Delta (atualmente Hotel Delta); ainda no início desta crônica eu dissera que existem pessoas que também merecem homenagens após a sua morte. Desta forma, espera-se que o Poder Publico de Parnaíba perpetue o seu nome em algum logradouro público da cidade, quer seja uma praça, rua ou avenida, a fim de que, as gerações futuras conheçam aqueles que trabalharam pelo engrandecimento de Parnaíba e que, entre eles, está um que só fez o BEM em toda sua vida – GERARDO PONTE CAVALCANTE – GERARDO CEARENSE ”.
Fonte: Blog do Bsilva
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