O interventor
federal na Segurança Pública no Estado do Rio de Janeiro, general do Exército
Walter Souza Braga Netto, afirmou, na manhã desta terça-feira (27), que o Rio é
um laboratório para o Brasil. “As inteligências, elas sempre funcionaram.
Quando você centraliza e unifica o comando, a tendência é que isso agilize o
trabalho de inteligência. O que deverá ocorrer agora é uma maior agilidade. O
Rio de Janeiro, ele é um laboratório para o Brasil. Se será difundido o que
está sendo feito aqui para o Brasil, aí já não cabe a mim responder”, afirmou o
general.
O objetivo da intervenção federal, segundo ele, é "recuperar a
credibilidade" da segurança pública no estado. O militar e outros membros
do gabinete de intervenção concederam uma entrevista coletiva durante cerca de
meia hora, mas nem todas as perguntas foram respondidas. O general não
explicou, por exemplo, quanto será investido nas operações no Rio, nem anunciou
medidas concretas de combate à violência.
O general Braga Netto participou da
ação de ocupação da Maré pelo Exército entre 2014 e 2015, mas segundo ele, as
ações não devem se repetir: “Não existe planejamento de ações permanentes em
comunidades”. Ainda, segundo ele, é fundamental valorizar as polícias, aumentar
recursos no setor de inteligência, fortalecer corregedorias e deixar legado.
Por conta da violência, o Estado do RJ está sob intervenção federal até 31 de
dezembro deste ano.
O general Mauro
Sinott, chefe de Gabinete da Intervenção federal, disse que o momento atual é
uma “janela de oportunidades”, e espera que a segurança do Rio aproveite a
experiência das Forças Armadas, principalmente na questão logística, por conta
dos problemas com viaturas e com o efetivo.
“Precisamos que os órgão de segurança pública entendam essa intervenção
como uma janela de oportunidade para trabalhar justamente os gargalos que eles
têm dificuldade de superar. Essa é a ideia nossa a respeito daquilo que vai
permanecer. O que vai permanecer no tempo é, justamente, atuar sobre esses
gargalos que hoje trazem alguma dificuldade para os órgãos de segurança
pública”, garantiu Sinott.
O orçamento disponível para a intervenção, segundo o próprio general
Braga Netto, ainda não foi definido.
"No momento, o que nós temos é o que está previsto no decreto. São
os recursos de segurança pública já existentes no estado e Brasília nos dará um
aporte. Mas eu ainda não tenho as informações de valores porque nós mesmos
ainda não levantamos esses valores. E a prioridade nossa é que já vem sendo
tomada pelo governador, é a parte salarial dos pagamentos que estavam em
atraso”, afirmou Braga Netto. (G1)
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