24 de fev. de 2018

Brasil: o paraíso da hipocrisia e da irresponsabilidade! (24/02/2018)

Prof. Dr. Geraldo Filho 

Quando o grande Primeiro Ministro inglês Winston Churchil afirmou que a democracia era o melhor dentre os piores regimes de governo ele estava olhando para a solidez da Inglaterra, formada por instituições seculares, fortemente assentadas na tradição de sua história. Com isso, gostaria de lembrar que a ciência sociológica e histórica, para continuarem como ciência e não como um blá-blá-blá que varia ao sabor das ideologias políticas (como acontece hoje no Brasil, onde nas universidades professores ensinam que os acontecimentos são versões de quem interpreta!), devem se ater a discutir os fatos, e não se deixar envolver na discussão de teses.
A democracia experimentada no Brasil desde o período republicano fracassou como regime de governo que pudesse consolidar as instituições nacionais políticas, educacionais e de saúde que, em convergência, elevassem as condições socioeconômicas da população como um todo, isto é, fossem instituições inclusivas, na definição de Daron Acemoglu. Este é um bom caminho explicativo para compreender por que o país nunca deu certo! Mas um caminho baseado em fatos concretos, não em imaginação ideológica.
As instituições de inspiração democrática são fracas aqui porque, como disse Oliveira Viana, foram importadas da Europa e dos Estados Unidos sem a devida adaptação e contextualização à realidade da formação do Brasil. É como alguém que vestisse roupas com um número muito acima do seu manequim, não combina!
Em artigos passados, havia alertado para o perigo da relação instituições débeis X avanço da violência criminal. O paralelo com os fatos reais da vida e da natureza são evidentes. Instituições permissivas, como as jurídicas, construídas sobre teses e não sobre a realidade são semelhantes a um sistema imunológico debilitado. Ambos são vulneráveis ao ataque de agentes tendentes ao crime em um caso ou causadores de doenças no outro.
Nos limites desse artigo, darei dois exemplos gritantes! O primeiro é a completa falta de responsabilidade para com os indivíduos que formam a sociedade brasileira por parte dos parlamentares e da imprensa. A função parlamentar representa a parte mais visível da instituição política em si, ainda mais que para se tornar um político com mandato há a necessidade de se candidatar e ser eleito. É claro que o congresso reflete a sociedade que o elege, mas o ruim é quando as características piores dessa gente é que predominam: a irresponsabilidade com o presente e o futuro das gerações, sendo pusilânime no combate ao crime de homicídio, assalto e estupro; a procrastinação (o deixar para depois) com a reforma da previdência; e a ignorância intelectual, com horror a uma cultura civilizatória sofisticada, valorizando-se líderes ignorantes e espertalhões em prejuízo daqueles com formação consistente e experiência profissional comprovada!
Deixar para o próximo ano a reforma da previdência é de uma alienação atroz, cujo preço quem pagará é a pobreza, que corre o perigo de ter os aposentados sem receber seus rendimentos.  Além disso, a reforma agora ajudaria muito na melhoria do ambiente de negócios com a atração mais rápida de investimentos externos. Mas como o povão, sem educação avançada, não entende patavina de economia... para quê fazer reforma?! Isso é coisa do governo que quer tirar dinheiro dos pobres! Os demagogos da esquerda adoram insuflar esse tipo de raciocínio, por isso esses partidos paparicam os pobres, pois os escravizam com bolsas de todo tipo, travestidas de políticas sociais!
A maior parte da imprensa abdicou de fazer trabalho sério para dar vazão ao seu ideário político. Os principais órgãos de comunicação do país estão infestados de jornalistas esquerdistas, que fazem um mal enorme à sociedade. O PT, como estratégia desde sua fundação, aparelhou as universidades e de lá os principais meios de comunicação televisivos e escritos, os quais não ousaram combater esse avanço, com receio de serem tachados de direita (suprema ofensa no Brasil, pois todo mundo quer “aparecer” como bonzinho de esquerda, preocupado com as “causas sócias”!) ou perder as gordas cotas da publicidade estatal, cujo volume cresceu exponencialmente a partir de 2003, com a ascensão de Lula.
Quem enterrou a reforma da previdência foi a Rede Globo, martelando noite e dia as denuncias de dois criminosos que destinavam rios de verbas de publicidade (inclusive com participação de atores globais nos comercias do frigorifico!) para a emissora! A reforma estava pronta para ser votada em abril ou maio do ano passado (2017) quando as gravações ilegais e sem provas cabais dos irmãos Batista apareceram. O resultado: a atividade parlamentar parou por causa do trâmite do processo; Temer ficou e a reforma foi desacelerando conforme o calendário eleitoral de 2018 se aproximava, apesar de todos os esforços do governo de retoma-la ainda em este ano.
O cúmulo da hipocrisia mentirosa, da desfaçatez, é a equipe de jornalistas da Globo e da GloboNews dizer agora que a “culpa do fracasso da reforma da previdência foi do governo”; o “governo abandonou a reforma da previdência”; ou, então, o que é o auge do mau caratismo, que “a intervenção no Rio foi para mascarar o fracasso da reforma”, etc. No afã de derrubar Temer, seja por interesse dos jornalistas petistas ou simpatizantes do canal, seja para passar uma imagem de neutralidade (já que se derrubou Dilma, derrube-se Temer!), as Organizações Globo passaram por cima dos fatos e se apegaram a ficção de uma gravação sem autorização (portanto ilegal!) feita contra um presidente da república. Lembrem que quem deu o furo de reportagem sobre as gravações dos irmãos foi um repórter da Globo!
Como a denúncia não deu em nada e a reforma da previdência ficou inviabilizada, os jornalistas globais falam agora que a culpa foi do presidente. Eximem-se das horas seguidas de desgaste impostas a Temer, martelando as denuncias e repetindo as gravações que desde o inicio afirmei que não comprovavam nada, pois não eram claras! Conseguiram seu intento, arrasaram a popularidade do presidente (que só para recordar, fez mais reformas importantes em menos de dois anos de governo do que Lula e Dilma juntos), porém, também inviabilizaram a reforma da previdência, transferindo para o próximo presidente e congresso a dura tarefa de executa-la! 
A irresponsabilidade e a sanha esquerdista desses jornalistas é tamanha que até algo que é consenso quase absoluto na sociedade, a intervenção no Rio, eles dizem que se trata de uma artimanha do Temer para esconder, pasmem, o “fracasso da reforma da previdência”! Quanta hipocrisia e mentira! O povo carioca deveria dar uma resposta a esta imprensa aparelhada que pouco se importa com a segurança dos seus cidadãos. Decretada a intervenção, os telejornais começaram a convida “especialistas” para falar contra! Dizem que não vai funcionar porque as Forças Armadas não são preparadas para isso; dizem que os pobres vão sofrer porque seus direitos de cidadão serão desrespeitados ao terem suas casas investigadas (a OAB já disse que tirar foto do indivíduo com sua carteira de identidade, para facilitar a identificação, é contra os direitos humanos!); dizem que o governo não especificou a fonte de recursos para financiar o processo de intervenção... ou seja, uma campanha sutil para mais uma vez levar ao fracasso uma ação positiva do governo, mesmo que isso signifique entregar os cariocas ao banditismo!
Aliás, o segundo grande exemplo são as instituições jurídicas! Elas foram erguidas para um país como a Suécia ou a Dinamarca, onde a população é altamente escolarizada, é pequena, rica e o índice de homicídio é irrisório (é mais fácil encontrar altas taxas de suicídio, pois o tédio é grande quando se tem tudo!). No Brasil, elas estimulam o avanço da criminalidade. Aqui se prende mas não se pune! Os centros de comando do crime estão... nas penitenciárias!
A tradição jurídica no Brasil obedece a influência latina de se discutir teses, não os fatos. Por isso organizações que não têm nenhum compromisso com o país vivem a dar sua opinião na imprensa. Agora com a intervenção, todo dia um membro da Anistia Internacional vem condenar o desrespeito dos direitos dos... presos! Todo dia um representante da Human Rights Watch vem alardear a violência da polícia e do estado contra os pobres, etc. Nenhum abre a boquinha para condenar o consumo desenfreado de cocaína e crack que alimenta o tráfico, pois coitadinhos, estes merecem ser tratados como doentes, com o dinheiro daqueles que pagam impostos e tem sua diversão tomando umas cervejas, ao invés de se entupirem de pó. Por que será?!
Como pode penitenciária com visita de família todo tempo; visita íntima; recebimento externo de alimentos; saída para dia dos pais, mães, natal, ano novo; redução de pena por bom comportamento, por ter trabalhado, etc. Isso é penitenciária?! Para fazer jus ao nome, “penitenciária”, os presos tem de ser castigados na alma e na carne, portanto têm de sofrer, e não passarem umas “férias em um spa”. Um dos principais policiais civis de Parnaíba uma vez me disse satiricamente: “Professor, o senhor já viu um preso magro?!”
Uma penitenciária americana, chinesa ou russa, quebra o espírito do criminoso e ele se arrepende pela dor pena. Por isso os traficantes da Colômbia e do México morrem de medo da transferência para os EUA quando são detidos. Estados Unidos, China e Rússia pouco estão ligando para ONGs cujos membros são inocentes uteis manipulados por bandidos!
Aliás, porque estas ONGs não estão condenando a Venezuela e fazendo campanha contra a ditadura de Maduro? Talvez porque seus membros sejam militantes profissionais ou camuflados do PT, que apoiou Chavez e continua dando sustentação a esse regime feroz e não diz nada sobre a tragédia dos refugiados venezuelanos por perseguição política e pela fome em Roraima. É mais fácil condenar a missão das FFAA no Rio e o governo Temer, torcendo para que fracassem. Onde estavam estes jornalistas tão atentos e tão “éticos” quando Lula e o PT perpetravam o maior esquema de corrupção no estado brasileiro desde 2003?!

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