Os pais com a foto de Eduardo, morto pela polícia do Rio de Janeiro
Aí por volta de meados de abril de 2015, eu recebia uma ligação telefônica do deputado federal Paes Landim (PTB-PI), com uma informação e um apelo. A informação: em um encontro casual, o governador do Rio, Pezão (PMDB), havia lhe antecipado que o Estado do Rio de Janeiro pagaria uma pensão para a família de Eduardo, um menino de 10 anos, filho de piauienses, morto durante uma operação policial. O apelo: que eu fizesse o registro na imprensa do Piauí sobre a decisão do governo fluminense. Fiz.
Eduardo de Jesus Ferrreira foi morto por engano no dia 2 de abril de 2015, uma quinta-feira da Semana Santa, durante uma operação no Areal, no Complexo do Alemão, conjunto de favelas da zona Norte do Rio.
Já no dia 12 de junho, a imprensa do Rio e de São Paulo registrava que o Governo do Estado do Rio de Janeiro havia pago aos pais do menino a indenização por danos materiais e morais.
Rito sumaríssimo
Em nota, o Governo do Rio informava que "o processo correu em rito sumaríssimo" e os recursos já estavam na conta bancária da mãe, Terezinha Maria de Jesus, e do pai de Eduardo, José Maria Ferreira de Souza, ambos da região de Corrente do Piauí.
Além das indenizações, cujo valor não foi revelado "a fim de preservar a família", o acordo com a Defensoria Pública, que representava os pais do menino, fixou o pagamento de pensão mensal à família a partir de 17 de setembro de 2018, quando Eduardo completaria 14 anos de idade, até 17 de setembro de 2069, quando ele completaria 65 anos.
Perda impagável
"Sei que nada vai reparar a perda e aliviar a dor e o sofrimento dos pais do menino Eduardo, mas a indenização é o mínimo que o Estado pode fazer para ajudar a família a reconstruir suas vidas", afirmou o governador Luiz Fernando Pezão.
O governo informou ainda ter arcado com as despesas do traslado e sepultamento do corpo do menino Eduardo de Jesus para o Piauí, onde foi enterrado, além da viagem dos pais e irmão ao Estado.
"Além disso, técnicos da Secretaria estadual de Assistência Social estão prestando assistência e amparo psicológico à família do menino", afirmou a administração estadual do Rio em nota.
Reprodução: Cidadeverde.com
A menina Emile, tão cheia de vida, foi morta por policiais
Caso Emile
O Piauí, através de suas lideranças políticas e de suas instituições, como o Ministério Púbico, a Defensoria Pública e a OAB, estão no dever de cobrar com urgência ao Governo do Estado as mesmas medidas que o Governo do Rio de Janeiro adotou em relação à família do menino Eduardo. Ou seja, o pagamento de indenização e de pensão para a família de Emile, 9 anos, a menina morta por policiais militares, na noite do dia de Natal, em Teresina, durante uma desastrada abordagem.
O carro em que a criança andava com o pai, a mãe e mais duas irmãzinhas dela - uma de colo, com oito meses - foi crivado de bala por dois policiais, mesmo com o motorista ligando a seta para sinalizar que iria estacionar. Parou e recebeu uma bala na cabeça. Sua mulher, que conduzia a filinha de oito meses no colo, foi ferida levemente no braço. E Emile foi atingida mortalmente.
A menina teve tórax e costela perfurados à bala. As duas outras crianças escaparam milagrosamente.
Injustiça e vergonha
O Governo do Estado deve uma indenização e uma pensão também para o pai da vítima, o músico Evandro Costa, 31 anos, pelo menos enquanto ele não puder trabalhar, pois perdeu a audição de um dos ouvidos e sofre o trauma psicológico da tragédia. A família é muito modesta e vive hoje da caridade pública.
Que o exemplo do governador Pezão toque o coração do governador Wellington Dias!
O Piauí não pode aceitar essa injustiça, essa essa vergonha e essa desumanidade!
Fonte: Cidadeverde
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