O empobrecimento cultural do Brasil chegou ao limite da vulgaridade. O país está perdendo as boas referências que sempre teve nos mais diferentes campos artísticos. Mas o caso mais grave, sem dúvida, é o da música popular. A mesma nação que pariu Heitor Villa Lobos, Tom Jobim, Chico Buarque e Caetano Veloso, para citar só alguns, agora se delicia ao som de uma pseudo-música, sem harmonia ou letra que justifiquem tamanha popularidade.
A música mais baixada esta semana nos serviços de streaming foi um funk intitulado “Só surubinha de leve”, uma apologia ao mau gosto, e pior, à violência contra a mulher que, na letra, é tratada como uma mercadoria de quinta categoria. Mesmo assim, o tal funk, de um certo Diguinho, entrou para a lista das mais ouvidas do Spotify.
Só diante a denúncia de algumas vozes lúcidas e inflamadas sobre o incentivo que a música faz ao estupro é que ela foi retirada dos serviços de streaming. Uma vergonha para o país de Pixinguinha. Infelizmente, este não é um caso isolado. A proliferação de músicas com letras chulas e sexualizadas vem ganhando adeptos há muito tempo.
Triste do país em que a cultura é desvalorizada e abre espaço para letras de estímulo à prostituição, vulgaridade e banalização da mulher. Choram Vinícius, Toquinho, Djavan, Milton, Marisa Monte, Paulinho da Viola. Choramos todo nós.
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