É 2018 e quem espera ser protagonista nas eleições deste ano já não pode ser evasivo. O Política Dinâmica foi ao escritório do empresário João Vicente Claudino saber qual é a dele. Em uma longa conversa que se transformou numa entrevista, falou sobre o apoio de sua família, revelou preocupação com o caminho irresponsável pelo qual Wellington Dias (PT) conduz o Piauí em seu terceiro mandato e garantiu ter a coragem de enfrentá-lo para impedir que o petista afunde o estado numa quarta oportunidade. As expressões, as convicções e o discurso de JVC não deixam dúvidas: ele é candidato a governador e é uma questão de calendário que isso seja oficial.
ALINHAMENTO COM A OPOSIÇÃO
Depois que deixou o cargo de senador em 2014, JVC mergulhou no trabalho da iniciativa privada. Foi uma opção dele não buscar a reeleição. Passou oito anos no senado e desde seu primeiro dia em Brasília até os dias atuais, depois de dezenas de delações, investigações, listas de propina, esquemas de corrupção escancarados, nunca teve uma letra de seu nome envolvida no meio de toda essa lama em que a capital do poder no Brasil está mergulhada. A honestidade que carrega consigo, a fama de cumprir as promessas que faz e o perfil conciliador fez dele uma das boas opções da oposição contra tudo o que representa hoje o governador Wellington Dias.
Assim, nos últimos meses, João Vicente tem se manifestado sobre a possibilidade de ser, mais uma vez, candidato a governador do estado. Experiente, tendo amadurecido ao logo dos últimos processos eleitorais, é nele que estão concentrados os apelos de centenas de lideranças políticas que trabalham pela mudança política no comando do Estado. E ele está alinhado com este sentimento.
A pressão para que ele se manifeste definitivamente aumenta ao mesmo tempo em que foi lançado o nome de Luciano Nunes, deputado estadual, como alternativa dentro do PSDB. Ele avalia que o momento é animador para a oposição, tanto que até o prefeito Firmino Filho parece ter se revigorado para a disputa também. "Luciano Nunes é uma pessoa equilibrada e eu acho que fortalece esse debate [sobre o presente e o futuro do Piauí], é muito bom para esse processo", comentou sobre a novidade tucana no início deste ano.
PREOCUPAÇÃO
Sobre si, JVC lembra que já foi candidato ao governo do Estado numa condição de oposição e que não tem o menor problema em fazê-lo mais uma vez, mas, agora, mais amadurecido e experiente. "Eu não tenho dificuldade de tomar qualquer posição que seja em favor do estado do Piauí", afirma. João Vicente não é do tipo que faz pirotecnia midiática para contestar o atual governo. Porém, não é por falta de alarde que sua postura crítica é amena ou frágil.
Ele transmitiu com absoluta sinceridade a preocupação com a gestão eleitoreira que Wellington Dias instalou no Governo do Estado do Piauí, deixando de lado o compromisso com a população para manter -- alguns poucos -- acordos com políticos. "A única coisa que Wellington gerencia hoje são cargos comissionados", aponta. O receio de JVC é o de que, tal qual fez a ex-presidente Dilma Rousseff, Wellington trabalhe para esconder os problemas e a crise de sua atual gestão e, passado o pleito, o povo tenha que pagar com sacrifício a conta da irresponsabilidade dele.
Aliás, Wellington só é hoje governador por conta do apoio de João Vicente. Em 2013, especificamente, o petista estava isolado no contexto político, dentro de um mandato de senador sem prestígio, nem mesmo dentro do Governo Federal comandado pelo PT. JVC não tem o menor problema de falar sobre ter estado com W.Dias na campanha de 2014, mas aponta que Wellington embrenhou por um caminho bem diferente do planejado para manter o Piauí no rumo sólido do desenvolvimento. E assim, já não havia mais compromisso.
FAMÍLIA
Mas aliados do governador Wellington Dias ainda sonham com JVC ocupando a vaga de vice-governador na chapa majoritária este ano. E se hoje a disputa é um cabo de guerra entre MDB e Progressistas, o próprio W.Dias passaria João Vicente na frente de quem quer que fosse para evitar tê-lo na oposição. O próprio governador deposita, ainda, esperanças de fazer isso convencendo Seu João Claudino, pai de JVC, de que este seria o caminho "mais fácil" para, um dia, talvez, JVC governar o Piauí. Porém, pelo que diz JVC, o ainda governador Wellington vai ter que decidir entre a vontade de Ciro Nogueira e o desejo de Themístocles Filho. JVC estará no palanque adversário.
João Vicente não se intimida com o caminho difícil que a oposição vai trilhar e está bastante confiante no apoio de sua família. "Minha família sempre esteve ao meu lado em todas as decisões. Esteve comigo quando fui candidato ao senado e esteve comigo quando fui candidato ao governo pela oposição", assegura. Ele admite que não foi fácil quebrar a tradição familiar de trabalho exclusivo na iniciativa privada. Mas que isso foi superado ao passo em que JVC mostrou a eles que o Piauí poderia ser um estado mais desenvolvido se conduzido num contexto de mais eficiência.
Quem estiver procurando alguém capaz de derrotar Wellington Dias, basta assistir a entrevista a seguir. Provavelmente vai encontrar seu candidato nela.
Veja!
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