Um ofício com data de 17 de janeiro de 2018 revela que o governador Wellington Dias (PT) já está reeleito. Pelo menos na cabeça dele. É que o documento carrega uma autorização para que o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) inicie o procedimento de licitação de um trecho de 20 quilômetros de estrada. Até aqui, nada demais, não fossem dois detalhes fundamentais: é uma obra para a qual ainda não há dinheiro em caixa e W.Dias assinou com data de 2019.
O ofício saiu do gabinete da deputada estadual Liziê Coelho (PTB), que faz seu papel de reivindicar uma obra ao Estado. Acontece que na hora de assinar a autorização por cima do ofício, Wellington Dias colocou a data do dia 22 de janeiro de 2019. Ora, a não ser que ele já saiba o resultado desde já e já esteja gastando por conta, o atual mandato dele termina em dezembro e os piauienses ainda vão decidir em outubro se ele merece ser reeleito para o 4° mandato.
Pode ser ato falho, talvez. Quem nunca errou a data em um cheque, por exemplo? Embora haja quem o faça propositadamente ou por saber que não tem fundos ou por pura malandragem. Espera-se que não seja o caso do atual governador.
Ainda assim, a autorização especifica que a estrada entre a PI-456 e a PI-142, orçada pelo gabinete da deputada Liziê em aproximadamente R$ 16,5 milhões, seja realizada com recursos do Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (FINISA) da Caixa Econômica Federal. E com esse dinheiro -- até o instante de publicação desta nota, pelo menos -- Wellington Dias não pode contar. O Estado não tem esse dinheiro.
Assinado com a Caixa pelo Finisa, a gestão de Wellington Dias tem R$ 600 milhões. Pegou em metade desse dinheiro e torrou tudo em 50 dias, ano passado. Para pegar na outra metade, vai ter que prestar contas, o que provavelmente vai ser complicado de fazer, a não ser que o pessoal do banco já esteja aceitando obras fantasmas como garantia de execução.
Assinado com a Caixa pelo Finisa, a gestão de Wellington Dias tem R$ 600 milhões. Pegou em metade desse dinheiro e torrou tudo em 50 dias, ano passado. Para pegar na outra metade, vai ter que prestar contas, o que provavelmente vai ser complicado de fazer, a não ser que o pessoal do banco já esteja aceitando obras fantasmas como garantia de execução.
Documentos do Tribunal de Contas do Estados apontam que esses recursos foram parar na conta da Previdência. E a oposição denunciou isso em novembro de 2017. Deputados federais, como Rodrigo Martins (PSB), já solicitaram que o Tribunal de Contas da União também investigue. O Política Dinâmica já foi ao extremo sul do Piauí verificar que obras listadas em documento oficial e entregue à Caixa pelo governo de Wellington Dias simplesmente não existem. Depois da reportagem do Política Dinâmica, o próprio Governo do Estado anunciou em dezembro do ano passado que estudava alterar essa lista.
O senador Ciro Nogueira (Progressistas), aliado de W.Dias, sendo o cidadão que viabilizou o empréstimo, já ressaltou que a segunda parcela do Finisa só sai com a prestação de contas. Alguns secretários e o próprio governador Wellington Dias falam em perseguição, mas até duas semanas atrás, o estado estava inadimplente com a Caixa. Wellington foi avisado que isso iria atrapalhar uma outra operação de crédito de R$ 315 milhões. E só por isso pagou os consignados que já haviam sido descontados da folha dos servidores. Pagou só a Caixa, diga-se de passagem, os demais bancos estão atrasados, ainda.
E ainda assim, Wellington segue, no ano da eleição, autorizando obras que ele sabe que não serão realizadas. Nem agora, por falta de dinheiro, e certamente nem em 2019, se for por meio de um documento sem qualquer validade como é este assinado por ele com data absurda.
Ontem, sexta-feira (26), o site do Governo do Estado chegou a publicar que a Caixa havia liberado os R$ 315 milhões. A manchete sensacionalista e mentirosa foi retirada do ar após pedidos de informação do Política Dinâmica.
Será a vontade de fazer campanha com promessas que não vai cumprir mais uma vez?
Tem desespero no meio dessas promessas?
Tem desespero no meio dessas promessas?
Repetimos: pode até ser ato falho. Um monte deles.
Mas que é difícil defender, isso é!
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