Razões da reforma

A reforma da Previdência não altera em anda a aposentadoria da grande maioria dos brasileiros que ganham o salário mínimo ou um pouco mais. Ela deve mexer, basicamente, com aqueles que têm ganhos bem superiores. Um ponto principal de uma reforma deve ser sempre a elevação da idade mínima para aposentadoria e do tempo de contribuição para que se receba o valor máximo pago pelo sistema. O que se está tentando fazer no Brasil é perto disso, leva 20 anos para estabelecer uma idade mínima inferior, hoje, à da maioria adotados em outros países e amplia o tempo de contribuição. Isso é feito porque cada vez mais o país tem o aumento da expectativa de vida. Significa que uma pessoa aposentada aos 55 anos e que venha a viver 80, passará 25 anos de sua vida, portanto, um quarto século recebendo, num sistema em que a cada vez menos pessoas pagando. A reforma é para equilibrar essa conta de modo a que não haja rapidamente mais gente recebendo que pagando. Onde se perdeu esse equilíbrio, a Previdência social entrou em colapso. E, se insistirem nessa hipocrisia de que a reforma prejudica só os mais pobres, não fazê-la, representará prejuízo a todo mundo, principalmente aos mais pobres. O discurso de deputados na defesa dos ‘mais pobres’ soa tão hipócrita quanto o seu entendimento de que um governo impopular, como o de Temer, não tem respaldo para fazer a reforma do sistema previdenciário. O que eles escondem, no entanto, é a defesa dos privilégios de uns poucos que têm feito verdadeiro lobby para que o governo não avance em nada na mudança pretendida.