Ex-governador Freitas Neto: perplexo com a oposição, que insiste em não definir um candidato de referência ao governo do Estado
O ex-governador Freitas Neto (PSDB) termina o ano um tanto perplexo com a política piauiense. Custa a entender que a oposição não tenha, até agora, um candidato mais ou menos definido – ou pelo menos uma referência no grupo contrário ao governo – para disputar o Palácio de Karnak. Em meio à perplexidade, reafirma a condição de opção dos oposicionistas.
De fato, o que envolve o sentimento do ex-governador é a mesma perplexidade que toma conta de boa parte dos oposicionistas distantes dos núcleos de decisão dos (poucos) partidos de oposição. Como entender que haja tanta negativa à possibilidade de candidatura ao Karnak?
O cenário se assemelha em alguns aspectos a 2002, quando pelo menos uma meia dúzia de nomes declinou da empreitada. O primeiro e mais destacado foi Firmino Filho, o mesmo Firmino que agora dá sinais de que repetirá o gesto: não arredará pé da mesma cadeira de prefeito de Teresina; e poderá (talvez não formalmente como em 2002) até repetir um outro gesto, despejando votos no lado governista.
Em 2002, Firmino rejeitou a tarefa de candidatura contra um Hugo Napoleão (PFL) que parecia imbatível com a máquina na mão. Também o próprio Freitas Neto rejeitou a empreitada. Ele tinha encaminhada uma candidatura ao Senado (que acabou sem êxito) e não quis mudar de rumo. Mas, agora, ao contrário do prefeito, Freitas esboça sinais indicando que não deseja repetir o gesto. O problema é que não aparecem sinais de que a oposição possa querer Freitas candidato.
No quadro atual, há diversos nomes e muita indefinição na ala oposicionista. Além das dúvidas sobre Firmino – será candidato? E, não sendo, será governo ou oposição? –, há dúvidas sobre outros personagens. Por exemplo, se João Vicente será mesmo candidato. Também há dúvida se seu PTB se mantém no governo ou debanda para a oposição.
Dr. Pessoa, outro nome sempre citado mas nunca confirmado, aparece como alternativa da oposição. Mas uma alternativa que a própria oposição teima em não abraçar com vontade. E nem o próprio Pessoa fecha as portas para uma possibilidade de estar no lago governista, como candidato a outra cadeira que não a do Karnak.
Esse é o quadro que gera perplexidade em Freitas Neto. E que o faz manter-se como alternativa ao principal endereço da Av. Antonino Freire.
O problema de Freitas é que a colocação do próprio nome como opção não gera maiores comentários entre as lideranças oposicionistas. É como se todo mundo estivesse esperando um sinal maior. Primeiro de Ciro Nogueira (sonho de consumo do governo e da oposição, e que pode sozinho viabilizar um projeto oposicionista). Depois, do próprio Firmino, cujo destino parece inteiramente vinculado às decisões de Ciro.
O mais próximo de apoio a Freitas Neto, até agora, foi a frase do deputado Rubem Martins (PSB): ao falar sobre o que chama de desmantelo administrativo do governo estadual, Rubem diz que o Piauí vai precisar de um novo Freitas Neto para consertar o desmantelo, vai precisar de um governante que repita o Freitas de 1991-94, que colocou em ordem o Piauí de terra arrasada.
Mais aí cabe a pergunta: o “velho” Freitas Neto não caberia nessa conta? Freitas acha que sim.
Por Fenelon Rocha
Cidadeverde.com
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