Por Chico Prado, de São Paulo
Aluna de escola pública a vida inteira, Mayara Dutra, de 18 anos, disse que não aprendeu muitos dos assuntos que caíram na prova do Enem deste domingo. Formada no Ensino Médio em 2016, Mayara fez o exame pela primeira vez e quer ser designer de games. Segundo ela, greves e trocas constantes de professores atrapalharam o aprendizado, embora alguns professores tenham reforçado conteúdos cobrados no Enem.
— No meu último ano eles até prepararam a gente, mas teve muita paralisação de professores e isso dificultou. Muita troca de professor também. Muita coisa eu nem aprendi — afirmou, lembrando a rotina de estudo na escola estadual Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, na Lapa, Zona Oeste de São Paulo.
Mayara, que atualmente trabalha em uma empresa de telemarketing, considerou a prova de física a mais trabalhosa.
— Pessoalmente, física me deu mais trabalho. Muita palavra difícil e eu fiquei assim, meu Deus... Mas tudo bem, ainda estou no meu primeiro emprego, tem tempo — concluiu.
A prova de física também foi considerada difícil por Gustavo Vergara, de 16 anos, aluno de um dos colégios particulares mais conceituados e caros de São Paulo, o Visconde de Porto Seguro, no bairro do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. A diferença é que Gustavo ainda não estudou alguns dos temas cobrados no Enem porque está no segundo ano do Ensino Médio e prestou a prova como treineiro:
— Teve umas de elétrica e circuito (na prova de física), mas essa parte eu não aprendi ainda. Mas tenho certeza que no ano que vem eu vou muito melhor (na prova) — respondeu Vergara, que por enquanto não decidiu a profissão que pretende seguir.
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