Monalysa Alcântara, 18 anos, convive com ofensas e ataques racistas antes mesmo de receber o título de Miss Brasil.
No dia 23 de maio, três meses antes do concurso nacional, a piauiense foi ofendida por uma empresária do Estado que proibiu a modelo de desfilar, alegando que Monalysa - por ser negra - iria desvalorizar as roupas de sua coleção.
Indignada, a modelo procurou a Delegacia de Proteção aos Direitos Humanos e Repressão às Condutas Discriminatórias de Teresina e registrou boletim de ocorrência.
O fato aconteceu por volta das 18h do dia 11 de maio durante evento do Piauí Moda House. Ela registro BO doze dias depois.
No boletim, Monalysa contou o ocorrido: "A empresária não queria nenhuma modelo de pele escura. Só queria modelo branca e loura, pois suas roupas só davam certo para pessoas de pele clara e não queria as modelos negros porque não iria valorizar as roupas".
O delegado Emir Maia, que investiga o caso, disse que a miss e as amigas que presenciaram o fato já foram ouvidas.
"É um ato de preconceito, não se faz roupa para negro ou branco vestir, não existe roupa específica para ninguém", disse o delegado.
A polícia investiga dois casos de racismo este ano, um deles é a denuncia da miss, e em andamento tem mais de 40 inquéritos por injuria racial.
Com o título de miss, anunciado este mês, Monalyza virou alvos de ataques por ser negra e nordestina.
Durante entrevista em Teresina, a Miss disse que não vai se calar e todos os casos que se sentir ofendida irá denunciar. Ela ressaltou a importância da lei e que é necessário fazer a denúncia para coibir novos casos.
Flash Yala Sena
yalasena@cidadeverde.com
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