Por:Benedito Gomes(*)
O dia a dia de cada um de nós é sempre um dia de trabalho, de decisões, diversões, enfim, no período de vinte e quatro horas muitas coisas acontecem. Às vezes sorrimos, ao lembrar de acertos resolvidos e às vezes choramos, tristes e arrependidos, por recordar erros cometidos.
A vida nos dá duas opções para o nosso passa- tempo: ou estamos acordados, ou estamos dormindo. Não há uma terceira oportunidade e nem há segunda vida.
Enquanto dormimos sonhamos, às vezes sonhos desvairados, e quando você acorda nem lembra mais. O sonho que fica é aquele que você sonha acordado, o pensamento voa, vai além do infinito, você conversa sozinho, a emoção invade seu corpo e as recordações te levam a momentos que não voltam mais.
Foi em um momento assim e não faz muito tempo, eu estava ouvindo músicas, românticas, históricas e lindas, letras que tocam fundo e melodias que emocionam. Entre tantas músicas estava “A lista”, de Osvaldo Montenegro, que é um verdadeiro convite para você voltar a alguns anos e lembrar de pessoas, momentos e coisas que você talvez nem lembre mais. A letra inicia assim: “Faça uma lista dos grandes amigos, quem você mais via há dez anos atrás; Quantos você ainda vê todo dia, quantos você já não encontra mais...”e ali, pensando, olhei a parede da memória e lá estavam meus amigos de infância, do início da década de cinquenta. Morávamos no Povoado Olaria, Município de Brejo-MA. Tínhamos entre dez e doze anos e me lembro de alguns, entre eles estavam: Moacir, Luiz Tidoca, Manoel Tidoca, Luis Branco, Joaquim Jovita, Benedito Aires e muitos outros. Vou a Brejo em media três vezes por ano e a visita aos amigos aqui citados é indispensável, é sempre momento de recordações, piadas e sorrisos pra todo lado.
Já rapazinho, acho que com quinze ou dezesseis anos, comecei a estudar e lá ia eu com uma carta de ABC e uma tabuada para casa de Dona Terezinha, uma senhora que sabia ler e “desarnava” as crianças do povoado. Nesta época, fiz amizade com dois rapazes jogadores de bola - Adail e Chico Zita, ainda hoje vivem lá e a velha e boa amizade continua.
Em 1957 fui estudar em Brejo, no Grupo Escolar Cândido Mendes. Frequentei aquele lugar durante nove anos, cinco no curso primário e quatro no ginásio, tempo suficiente para manter contato e conversar diariamente com pessoas cultas. Lembro-me bem de Dona Iraci, Dona Mirtes, Eliza Amalia, Dona Luzinete, Dr Antenor, Prof. Nascimento, Graci Santos, Monsenhor Pedro e Dona Gracinda Macatrão, desses aí guardo recordações e parte dos conhecimentos que tenho até hoje, e dos colegas de turma que eram muitos, ainda mantenho contato com Ze Carlos , Lisboa, Elias Batista, Nicodemos, Marilda e Conceição Azevedo. Foram anos felizes, que passamos juntos e sempre que nos encontramos a alegria é ímpar, repleta de abraços e sorrisos. Se você está na minha faixa etária, quer dizer na terceira infância, e olhar a estrada percorrida, irá lembrar de algo importante que no momento atual talvez esteja esquecido.
Se você é jovem, comece a relacionar os acontecimentos que passam, as pessoas com quem você convive e, lá no futuro, você terá uma história bonita pra contar.
Faça uma lista dos grandes amigos, vocês sempre estarão juntos.
Faça uma lista dos grandes amigos, vocês sempre estarão juntos.
(*)Benedito Gomes
Contador UFPI
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