Professor Reginaldo Costa |
De pleno acordo com o seu plano divino, a longa e rica trajetória do homem de palavras e ações pautadas pela simplicidade, propagou sua visão de mundo a partir da defesa da fé como sustentação da espécie, absorvendo a plenitude do conceito de Deus como farol a iluminar o caminho a ser percorrido entre a Terra e o infinito.
Pontuando como cidadão solidário, sentia-se fortalecido quando correspondia às expectativas daqueles que o procuravam, colocando-se como guarda-chuva a protegê-los dos temporais da existência. Esteio de sustentação, todos que usufruíram de sua generosidade conseguiram eliminar obstáculos impostos pelas inquietações de natureza humana.
Intuitivamente investindo na promoção do progresso moral e espiritual como atribuição do indivíduo em seu próprio benefício, um aspecto marcante da sua personalidade merece destaque: a honestidade. Por atribuição da própria natureza, no desempenho da atividade profissional e por entender que ser honesto é requisito indispensável à plenitude de vida equilibrada, encontrou a coragem necessária para combater a insanidade do suborno, suplantando a maldade com peculiar sabedoria.
Das imagens registradas na memória, é de se destacar, outra referência de sua grandeza: a maneira de colocar em prática um atributo inerente a quem se espiritualizou ao longo da existência: a arte do perdão, frente às desventuras e provações, superando as crises de toda natureza com o senso de humor que lhe aflorava a inibir a tristeza do olhar de quem não teve a oportunidade de se fortalecer do carinho materno, já que não tivera a alegria de conhecer a própria mãe, sequer, por fotografia. Sobre esse assunto, embora jamais o tenha visto chorando, durante algumas falas a respeito, extravasava, com serenidade, a dor profunda que lhe inundava o coração de tristeza.
Por causa dessa chaga, que dimensionava a ausência do afeto mátrio, requisito humano para a conquista da felicidade, acredito que seu semblante tenha acolhido lágrimas a deslizar em silêncio, absorvendo nas entranhas da alma, tudo o que havia de melancolia.
Equilibrado com a demanda interior de sua espiritualidade, no convívio com a família, construiu o castelo dos sonhos, enriquecendo o acervo humano dos entes queridos, em que esposa, filhos, netos e bisnetos bem cuidados, acolhiam os benefícios de gestos e palavras de conforto, segurança e proteção, contribuindo para a formação da personalidade, no aconchego do lar acolhedor e mesa farta, na companhia agradável da esposa solidária e compreensiva que Deus lhe deu, Maria do Socorro da Costa, em relacionamento de almas gêmeas, com vasto histórico construído nos 64 anos de cumplicidade na tristeza e na alegria.
Em tempo algum, apresentou qualquer valor estranho à vida, cultivando amigos com gentilezas e mansidão. Disciplinado com as finanças, usava as suas próprias ideias para conduzi-las, sendo espontânea a sua bondade. Guerreiro engajado na defesa da fé cristã, das boas relações, da caridade, da compaixão e do perdão como fundamentos de vida, seus atos e ações estão diretamente ligados à humildade, sempre em prol da harmonia e da compreensão das pessoas e dos fatos. Diria que a humildade foi a marca registrada, já que poderíamos considerá-la sua maior virtude.
Assim sendo, não incorreria em erro abusar de adjetivos, o que no caso, ainda seriam insuficientes, para mensurar a vida exemplar de José Ferreira da Costa, respaldada pelo senso de justiça. Na “sabedoria do silêncio” de suas palavras mudas, o profundo respeito às leis da divindade.
Enquanto responde a chamada nas empreitadas lá de cima para marcar presença nas atribuições que lhe forem confiadas pelo DEUS que tanto reverenciou, aqui estaremos conservando a chama viva das lembranças, independente da ação do tempo, em eterna homenagem a pessoa tão querida, unindo amigos, familiares e comunidades religiosas em enriquecedora conexão espiritual a entoar cânticos de bondade, amor e esperança em agradecimento a Deus pelo prazer de havermos compartilhado de sua existência.
Por Reginaldo Ferreira da Costa
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