No Brasil há uma forte tendência à conciliação.
Os grandes marcos da história mostram “arranjos políticos” onde a classe dominante perde um dedo mas conserva sempre seus brilhantes anéis.
A libertação dos escravos foi “um acordo” com a Inglaterra
A proclamação da Independência “um acerto” de família
E, quando o povo exigia “Diretas, já” nas ruas, a classe dominante saiu com o Colégio Eleitoral.
Até mesmo a vitória de Lula em 2002 teve que ser submetida à tal “Carta ao Povo Brasileiro”
Então como dizia Celso Furtado: “a miséria de grande parte da população não encontra outra explicação que a resistência das classes dominantes a toda mudança capaz de por em risco seus privilégios”.
No Piauí, Wellington Dias chegou ao primeiro governo vencendo Hugo Napoleão em 2002, encarnando com muita propriedade este espírito conciliador. Durante a campanha chegou a pedir voto ao próprio adversário numa oportunidade em que se encontraram no interior do Estado.
Em 2003, ao assumir foi mansamente trazendo para o interior do Governo aqueles que antes eram adversários.
Atualmente no exercício do 3º mandato Wellington faz um governo, “andrógino”. É um governo do Partido dos Trabalhadores, mas que com tanta “elite piauiense” em seus postos, desbota as cores do povo piauiense.
E caminhamos para o quarto mandato de Wellington Dias. Neste início de 2017 já se fala abundantemente sobre a chapa majoritária de 2018.
Aqueles que no plano federal golpearam o PT destituindo-o da presidência da República, querem aqui, voar nas asas da popularidade do petista Wellington Dias. O aceitam como candidato a governador, mas querem ser vice e ter as duas vagas de senador em disputa na eleição do ano que vem.
Para isso vão alijar do processo eleitoral mais uma mulher do PT. Mais uma mulher honesta, trabalhadora e que honra os mais pobres colocando seu mandato sempre em sua defesa. Desta vez, a golpeada não é Dilma Rousseff, mas a senadora Regina Sousa. Querem tirar dela o direito de disputar a reeleição.
O PT passa agora por um processo de eleições diretas. Em maio terá um novo comandante. Poderá ser o atual vice-presidente Pedro Calisto ou o deputado federal Assis Carvalho. Qualquer que seja eleito tem que trabalhar para que o PT mantenha a vaga do senado em disputa e que Regina Sousa seja candidata a reeleição.
E mais, trabalhar para que aja entendimento no PT (mas principalmente no governo) que a classe que sempre dominou o Brasil e o Piauí é na sua essência autoritária e golpista. Para ela, democracia é um valor meramente circunstancial. E para partir para um golpe só precisa sentir que seus privilégios de classe estão ameaçados.
Fonte: 180graus
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