Com essa confusão criada
sobre a produção brasileira de carnes de bois e de frangos para os mercados
interno e de outros países, quando a sempre diligente Polícia Federal encontrou
indícios de tudo o que não presta, está pra ser criada aqui na Parnaíba com o
aval da ONU, do Greenpeace, Scotland Yard, Associação dos Vendedores de Carne
com Sebo e Pelanca do Baixo Parnaíba, IBAMA, Associação dos Matadores de Bois
dentro do Mato e outras entidades, uma força tarefa pra fazer uma inspeção
assim tipo pente fino.
Pra descobrir, processar
na justiça e punir com duas toneladas de carne de gato sem osso, filetada pra
churrasco, aqueles que ainda teimam nessa prática criminosa de matar boi dentro
do mato lá pros lados da lagoa da Prata e do Bebedouro e depois trazer pra
venda no mercado da Caramuru. Onde se viu uma coisa dessas, desde que eu me
entendo por gente tendo que todo dia ouvir reclamação de gente de dentro e de
gente de fora sobre essa indecência de se vender carne em mercado sem se saber
como foi processado o abate do boi ou do frango?
Essa coisa vem é de mais
longe. Eu acredito que desde quando Simpilição era vivo e mandava matar lá pras
bandas onde hoje é o São Judas Tadeu umas vaquinhas bem magrinhas, dessas que
não dariam mais um litro de leite, e depois mandava trazer pra casa grande. De
lá do Testa Branca vinha só a carne com osso. O fato e a rabada era pras criadas
fazerem feijoada e a cabeça ele deixava pros meninos dançarem bumba-meu boi.
Passava semanas comendo
carne seca com feijão quebra cadeira, temperado com azeite de coco e abóbora.
Os ossos, depois ele mandava jogar no terreno em frente de casa, onde hoje é o
Hotel Delta. Se os arqueólogos chefiados pelo Cosme fizerem algumas escavações
vão achar muita caveira de boi por lá.
Mas Parnaíba tem know how
sobre os procedimentos de abate e venda de carne de procedência suspeita. Eu
tenho visto muita gente reclamar anos e mais anos dessa prática indecorosa e
nos últimos anos o que houve foi muita promessa de que finalmente teríamos um
matadouro, com instalações padronizadas, obedecendo aos rigorosos procedimentos
até a carne chegar aos pontos de venda. Mas de tanto a gente ficar esperando
muita gente que comprava carne nos mercados públicos acabou migrando pra os
supermercados.
A gente estima por alto
que hoje, neste instante, mais de 80% de quem comprava carne nos mercados
públicos há uns dez anos migrou para outros pontos de venda. Não é pra menos.
Quem tiver coragem que faça uma visita ao mais famoso mercado da Parnaíba, ali
no cruzamento da Pinheiro Machado com a Caramuru e João Silva Filho. A poucos
metros da prefeitura, bom que se diga. Mas é o maior retrato já pintado por um
artista sobre como os últimos prefeitos trataram e acabaram deixando de mão
essa questão de abastecimento de carnes.
Até onde eu sei o Antonio
José Moraes Sousa, pai, quando era deputado federal, conseguiu colocar através
de emenda parlamentar recursos pra construção de um matadouro municipal. Dois
prefeitos passaram pela Itaúna e não conseguiram concluir uma obra que se
arrasta por muitos e muitos anos. Ora, se tinha dinheiro, projeto, licitação
pronta, o que impedia que essa obra fosse iniciada e concluída? Faltou o que,
meu Deus do céu? Se doze anos não foram suficientes pra dar início e concluir
as obras de um matadouro, imagine se fosse uma obra, vamos dizer assim mais
complexa, de um estádio olímpico ou uma, umazinha, estação de metrô!
Agora o Mão Santa vai ter
de correr atrás do tempo perdido. Pra concluir essas obras dando a elas
destinação prática. Se não fizer nesses, agora menos de quatro anos, e
dependendo das eleições pra governador no ano que vem, corre o risco de sair direto
pra prateleira dos prefeitos que muito tiveram tempo e não fizeram lá essas
coisas. De toda essa situação atual que se abate sobre o Brasil neste exato
momento, bem que Parnaíba pode dar sua enorme contribuição, colocando em
operação seu matadouro e não procedendo como o Simpilição.
Por Pádua Marques
Jornalista e Escritor
Por Pádua Marques
Jornalista e Escritor
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