4 de fev. de 2017

Remédio pra preguiça é trabalho!

Pádua Marques 
Passado o Natal, Ano Novo e se aproximando agora o Carnaval, está mais do que na hora de todo mundo tomar um rumo na vida e começar a procurar alguma coisa pra fazer. Dinheiro não cai do céu e pra se ter algum no bolso é preciso muito suor, inteligência e perseverança. Se bem que pra um grupo de gente, ao que parece ter a burra cheia e sair torrando em tudo quanto é lugar e pra todo mundo ver, isso não é problema.

Digo nessa situação privilegiada os maus políticos e seus parentes, aderentes e pariceiros que se aproveitam de um momento de fraqueza do povo e largam a fazer fortuna com o dinheiro público. Compram fazendas no Mato Grosso ou no Goiás, shopping centers e apartamentos em Nova York, Paris, Frankfurt, Lisboa e Tóquio, jatinhos de última geração pra passar o final de semana em Angra dos Reis ou na praia de Barra Grande pegando ali pro Peito de Moça.

Estamos já dentro de fevereiro e na hora de prefeitos, secretários, assessores e gente com poder de mando e de opinião começarem a trabalhar. Não se admite numa altura dessas da vida ainda se encontrar muita gente perdida sem saber a que veio e pra que foi chamada. Vamos acabar com esse negócio, essa mania de todo início de administração municipal passarem seis ou mais meses sem que a população tenha uma visão determinante, naquelas áreas mais urgentes como transporte, limpeza urbana, atendimento em postos de saúde e outras coisas. Parnaíba tem um problema de transporte público que mais parece nódoa de caju, não tem diabo que tire!

Não se admite que por desculpa de administração passada muitas prefeituras levem um tempo danado, paradas, sem um desenho de movimento com assessores encostados nos corredores e até sem uma cadeira pra se sentar. Muitas prefeituras, a gente reconhece, foram deixadas e estão como dizia uma tia velha, em petição de miséria. Prefeitos e secretários que dilapidaram o patrimônio público incorreram em licitações fraudulentas, erradas, enriqueceram da noite pra o dia em quatro ou mais anos e agora saem espalitando os dentes e ainda se fazendo de vitimas.

Certamente vão querer voltar daqui a quatro anos com a maior cara de pau e se dando por salvadores esquecendo a merda que fizeram. Os candidatos de ontem, agora titulares de prefeituras, tiveram quatro anos ou mais, tempo suficiente pra verem, avaliarem e montarem propostas de administração melhores do que seus oponentes e que agora acabam de descer da cadeira. Muitos prefeitos foram tão ruins, medíocres, apagados, que saíram pela porta da criadagem e deixaram a chave com o porteiro. O negócio agora é trabalhar. Trabalhar duro e com o objetivo de servir à população.


Falando em população, essa tem de ficar bem atenta e cobrando resultado. Tanto na prefeitura quanto nas câmaras de vereadores. Muitos prefeitos, secretários, assessores disso e daquilo, nos primeiros dias de gestão não saem de cima do trabalho nem pra beber água. Uma eficiência de fazer inveja a inglês. Na Câmara Municipal tem até sessão extraordinária. O problema é o depois. Depois é um tal de: foi ali e volta daqui a pouco; viajou pra casa da mãe; foi levar a sogra pra tomar vacina; saiu pra pegar os meninos na escola; está com catapora ou com dengue; está na sala ao lado; faz dois dias que não aparece; morreu uma parenta dele lá no caixa pregos e ele foi pro velório. Tudo isso e muito mais. Coisa que doutor nem adivinha! Portanto vamos trabalhar. Eu nunca ouvi dizer que trabalho matasse ninguém. O que mata é preguiça. 

Por Pádua Marques 
Jornalista e Escritor

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