No Residencial Pedro Balsi, zona sudeste de Teresina, uma mulher está amarrada há mais de 30 horas a um poço tubular, em protesto contra a falta de água no bairro. A dona de casa Ângela de Jesus, de 37 anos, ameaça fazer greve de fome e garante que só permitirá ser desamarrada quando for dada uma solução efetiva para o problema que, segundo os moradores, é o mesmo há 3 anos.
A mulher deu início ao protesto às sete da manhã desta quinta-feira (19/01), e até a saída da nossa reportagem, às 16h de hoje, ela ainda permanecia amarrada à bomba do poço que capta água para abastecer as residências. Ao 180, ela afirmou que até o momento só havia tomado um pouco de café e alguns goles d'água, que os vizinhos lhe deram, mas garante que fará greve de fome se o caso não for solucionado.
Moradora do bairro há cerca de cinco anos, ela afirma que o local vem sofrendo com a falta d’agua há pelo menos três anos. E já cansada dos transtornos decidiu fazer o protesto para tentar chamar a atenção das autoridades responsáveis.
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Segundo Ângela, equipes da Agespisa e também da Eletrobras já visitaram o local, mas nada foi feito para resolver o problema. “A Agespisa veio aqui e disse que dependia da Eletrobras, ai a Eletrobras veio e disse que agora só depende da Agespisa, aí nós estamos por aqui, né”, explica ela, em tom de inconformismo.
Segundo Ângela, equipes da Agespisa e também da Eletrobras já visitaram o local, mas nada foi feito para resolver o problema. “A Agespisa veio aqui e disse que dependia da Eletrobras, ai a Eletrobras veio e disse que agora só depende da Agespisa, aí nós estamos por aqui, né”, explica ela, em tom de inconformismo.
Para não ficar desamparada, dona Ângela é assistida pelos vizinhos que se revezam entre o turno da noite e do dia além de receber a visita da família. “Meu pai é doente, mas veio aqui me visitar. Eu também recebo a visita dos meus filhos, eu tenho quatro”.
Além da fome e dos transtornos sofrido por conta da sua exposição, a mulher ainda precisa enfrentar as dificuldades que a natureza impõe, pois na noite anterior (19) ela permaneceu no mesmo local durante a forte chuva que caiu sobre a cidade. “Eu passei a noite aqui, eles [os vizinhos] que ajudaram, botaram uma lona por causa da ‘friagem’ e fizeram uma fogueira pra mim”.
Questionados se no local chegava as cobranças de água, a revolta dos moradores se torna ainda maior. Alguns afirmam que moradores do bairro já chegaram a pagar até mesmo talões de R$400,00. “Eu não vou pagar uma coisa que eu não devo, aqui em casa só vem talão de R$80,00. Eu não devo à Agespisa, a Agespisa é que me deve! Por causa da humilhação, a falta de consideração, negligência! Tudo isso eles devem aqui para nós”, explica Ângela revoltada.
Em conversa com os vizinhos que acompanham dona Ângela, o 180graus ouviu relatos de que outros moradores do bairro Pedro Balsi já estão saindo do local por conta da falta de água. “Aqui a maioria está deixando as suas casas porque não tem água, tem uma senhora que mora em uma casa ali sozinha. Ela paga os talões dela em dias, mas foi embora porque não tem água”, explicam os moradores.
Fonte: 180graus
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