Há uma semana, os principais portais e jornais do Estado traziam em suas manchetes o vanglorioso dado de que o Piauí é o Estado mais seguro do Nordeste. Acontece que os números do anuário divulgado pelo Fórum Nacional de Segurança Pública não reflete muito bem a sensação dos piauiense nas ruas. Uma pesquisa realizada pelo BrVox no início desta semana em mais de 40 cidades aponta que 75,33% dos entrevistados se sente inseguro.
E dos que apontam a situação de insegurança em seus municípios, 27,5% disseram que se sentem muito inseguros. Dos 1.200 ouvidos pelo Instituto entre os dias 03 e 06 de novembro, 18,75% disse que se sente seguro, e apenas 3,5% afirmou sentir-se muito seguro. 2,42% não opinou sobre a sensação de segurança em seu município.
A conta acaba sendo paga pelo secretário de Segurança Fábio Abreu, cuja avaliação do trabalho foi apontado por 51,75% como regular ou péssimo. É bom para 18,33%, ruim na opinião de 14,5%, e ótimo para apenas 9,17%. Os restante 6,25% não soube opinar sobre o trabalho do Capitão.
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Efetivo e combate às drogas
Nas ruas, a principal queixa é em relação ao efetivo da Polícia Militar. O piauiense quer ainda ações de combate às drogas e atenção na recuperação de dependentes químicos. É assim que pensa o frentista Francisco de Assis Barbosa, que trabalha em um posto de combustível no bairro Piçarra há 13 anos. No dia a dia da profissão são inúmeros assaltos presenciados, fora os que sofreu quando fazia o trajeto de casa para o trabalho.
Nas ruas, a principal queixa é em relação ao efetivo da Polícia Militar. O piauiense quer ainda ações de combate às drogas e atenção na recuperação de dependentes químicos. É assim que pensa o frentista Francisco de Assis Barbosa, que trabalha em um posto de combustível no bairro Piçarra há 13 anos. No dia a dia da profissão são inúmeros assaltos presenciados, fora os que sofreu quando fazia o trajeto de casa para o trabalho.
"A gente sai de casa pedindo a Deus para voltar, e isso é todo dia, principalmente no nosso caso, que trabalhamos com dinheiro, ficamos expostos", disse, mencionando a necessidade de aumento do efetivo da Polícia Militar e a melhoria no salário dos policiais para que eles "não se corrompam", bem como a necessidade de criação de projetos para o combate às drogas.
- Muitos donos de postos fecharam as portas 'saturados' com a criminalidade
Sheila Cristine é autônoma e já foi assaltada três vezes. Para a reportagem, ela preferiu não fazer registro fotográfico. Ela é uma das que acredita no investimento em ações de combate às drogas. "Andamos sobressaltados, ninguém sabe que horas um assalto vai acontecer, não tem hora e local certo. Acho que [a Segurança] vem fazendo de forma errada, deveria era trabalhar com jovens no combate às drogas, tudo tem o vício pelo meio", opina. Ela também concorda que o efetivo da polícia é pequeno, e lamenta que os policiais ganhem pouco pelo trabalho que precisam desempenhar, pois "fazem o que podem".
Na visão de Cristóvão Lima, frentista e que trabalha em um posto na Piçarra há dois anos, o trabalho social não teria efeito imediado. Assaltado "algumas vezes" ele diz que a única proteção com que conta atualmente "é a de Deus", e reclama do pouco movimento de policiais nas ruas. "Aqui [Avenida Higino Cunha] era pra ter mais movimento da polícia, que quando vem chega uma hora depois", menciona.
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Outra classe que vem sofrendo com a insegurança é a dos taxistas. Arquimedes Vieira trabalha há mais de 20 anos na profissão e já perdeu amigos para a criminalidade. "Todo mundo é suspeito, tanto faz de dia ou à noite. Somos assaltados diariamente, principalmente em áreas como Dirceu, Parque Alvorada e São Joaquim, onde procuramos não mais andar", conta.
Investigações lentas
E se o trabalho ostensivo é queixa da população, as ações de planejamento e investigação por parte da Polícia Civil também deixam a desejar. Em agosto deste ano a notícia era de que ao menos 4 mil inquéritos estavam parados na Segurança. Ano passado foi preciso acionar agentes da Força Nacional para garantir resolutividade nos casos que se acumulavam desde 2010.
E se o trabalho ostensivo é queixa da população, as ações de planejamento e investigação por parte da Polícia Civil também deixam a desejar. Em agosto deste ano a notícia era de que ao menos 4 mil inquéritos estavam parados na Segurança. Ano passado foi preciso acionar agentes da Força Nacional para garantir resolutividade nos casos que se acumulavam desde 2010.
Nem mesmo nos casos de combate à corrupção a Civil do Piauí consegue atuar. Nas últimas operações deflagradas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), era a Polícia Rodoviária Federal quem estava atuando tanto operacionalmente, como na parte de inteligência.
Carta fora do baralho?
No quadro geral, mesmo com a aprovação em Teresina, Abreu pode ser inclusive a opção mais fácil para Wellington Dias (PT) na reforma administrativa prevista para janeiro. Pensando em dar novos ares à Segurança e tendo de agradar o PMDB, o deputado pode tomar o caminho de volta para a Câmara Federal e dar lugar a Marllos Sampaio, irmão de Themístocles Filho, presidente da Alepi. Além disso, o esfacelamento do PTB no Piauí faz com que o Capitão perca mais força e espaço dentro do governo que precisa manter a aprovação popular de olho em 2018.
No quadro geral, mesmo com a aprovação em Teresina, Abreu pode ser inclusive a opção mais fácil para Wellington Dias (PT) na reforma administrativa prevista para janeiro. Pensando em dar novos ares à Segurança e tendo de agradar o PMDB, o deputado pode tomar o caminho de volta para a Câmara Federal e dar lugar a Marllos Sampaio, irmão de Themístocles Filho, presidente da Alepi. Além disso, o esfacelamento do PTB no Piauí faz com que o Capitão perca mais força e espaço dentro do governo que precisa manter a aprovação popular de olho em 2018.
Outro lado
O 180 ligou para o secretário para comentar sobre a pesquisa, mas as ligações não foram atendidas nem retornadas até a publicação desta matéria.
O 180 ligou para o secretário para comentar sobre a pesquisa, mas as ligações não foram atendidas nem retornadas até a publicação desta matéria.
Por Apoliana Oliveira/180graus
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