Blog do Pessoa: NORDESTE – FESTEJADO COMO SEMPRE E SECO COMO NUNCA


5 de nov. de 2016

NORDESTE – FESTEJADO COMO SEMPRE E SECO COMO NUNCA

Por:Benedito Gomes(*)
Nossa região, se comparada com outras de nosso planeta, está em um lugar privilegiado - dos lençóis maranhenses ao recôncavo baiano. Temos, sem duvida, o melhor e mais bonito litoral do Pais; temos praias o ano inteiro, lindas serras climatizadas, grandes cidades e o conhecido sertão nordestino, território brasileiro que enfrenta grandes secas há centenas de anos, mas resiste com bravura. 
A caatinga retorcida, desfolhada pelo vento, e novamente robusta e verde com a volta da chuva, é mais uma demonstração de que somos resistentes. O sertão nordestino é um celeiro, de escritores, cordelistas, compositores, poetas e etc... Vou citar três nomes apenas para ilustrar: Raquel de Queiroz, Luiz Gonzaga e Patativa do Assaré. 
As maiores secas que atingiram o Nordeste foram as de 1888 conhecida como “A Seca dos Três Oito” a de 1915 que deu origem ao romance “O Quinze” e a que vivemos atualmente. que já dura quase cinco anos.
A cada período de estiagem prolongada o interior nordestino ficava quase desabitado, parte da população migrava para o Maranhão, São Paulo ou para as grandes cidades quase todas do litoral. Há 100 anos as dificuldades para se combater a hoje chamada “Crise Hídrica” eram bem maiores. A falta de estradas, transporte, energia, mesmo assim muito se fez, grandes açudes por exemplo.
                          Resultado da estiagem: Rio Canindé secou

A convivência com este fenômeno, seria bem melhor se não fosse a incapacidade de nossos homens públicos, que são responsáveis pelo bem estar da coletividade. Tem como reduzir o efeito catastrófico da seca? Com certeza. Vamos aos fatos: Em Piracuruca, de baixo da ponte que vai para Sete Cidades, existe uma barragem com as seguintes dimensões: 20 metros de comprimento, 01 metro de largura e 02 metros de altura, construída não se sabe por quem. Alguns dizem que foi pelos irmãos Dantas, no século XVIII, o que se sabe é que dela para baixo existe um filete d’água e para cima mais de 01 km de água perenizada para quem quiser fazer uso.
Do Maranhão à Bahia temos centenas de rios temporários, como os nossos conhecidos rio Pirangy, Rio Longá, Piracuruca, Titara e outros. Uma pequena barragem como a que citei antes custa hoje em torno de R$ 30.000,00. Isso que dizer que 1000 delas custariam trinta milhões de reais, sendo construída no período atual que está seco, quando o inverno chegar a barragem enche, água excedente ultrapassa e vai embora. No final do inverno o rio vai baixando e a água fica no nível da barragem, dela para baixo 01 km de terra úmida própria para plantação e para cima 02 km de água perenizada para uso geral. Isso quer dizer com 1.000 barragens 30 a 40 milhões de reais, teremos 3000 km de água para servir as pessoas, animais, plantações e tudo mais.
Esta é a maneira racional de se conviver com o nosso Nordeste. A outra é a transposição do Rio São Francisco, onde já gastaram R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões) entre obra, corrupção e propina e o resultado todos sabem.

(*)Benedito Gomes
Contador UFPI

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