Por: Benedito Gomes(*)
Já faz anos que a decadência em nosso estado é vista a olho nu, quer dizer, não é preciso estudo de causa, basta olhar e ver que estamos piorando.
O mês de julho é, sem duvida, um mês de grande movimentação de pessoas aqui, nas quatro cidades que compõem nosso litoral: Ilha Grande, Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia. Neste período também a reclamação é geral, especialmente por falta de energia e água.
Lembro-me que há mais ou menos cinco anos o governador da época... lembram quem era? Aquele das bicicletas; aquele que prometeu fazer uma poupança de R$ 400,00 por ano para cada estudante; o mesmo que dizia que o Piauí tinha 143 escolas em tempo integral; aquele que pediu R$ 2.000.000.000,00 (DOIS BILHÕES) emprestados aos bancos, endividou o estado e ninguém sabe onde este dinheiro foi aplicado...
Nas férias daquele ano eu estava em Barra Grande e vi o governador prometendo ao povo do Piauí e a quem nos visitava a maior adutora de água do Nordeste. Dizia o governador que seria montada uma grande captação de água no povoado Tatus e ao seu lado uma gigantesca estação de tratamento. Esta água depois de tratada seguia por uma grande tubulação para abastecer Ilha Grande, Parnaíba, Luís Correia, Coqueiro, Barra Grande e Cajueiro Da Praia. O dinheiro já estava garantido junto ao Banco mundial e a obra de engenharia começaria em breve. Alguém tem noticia desta grande obra? Se sabe e tem coragem, que fale agora ou cale-se para sempre.
Projeto da Adutora do Litoral
Atualmente o estado do Piauí está em situação difícil: uma folha inchada, além de seus limites de pagamento. Aliás, o Estado paga quatro folhas: uma dos aposentados, outra dos funcionários efetivos, mais uma de DAS, ou seja, daqueles que nada fazem e uma outra dos terceirizados. O estado não tem capacidade de administrar nada. Olhem a situação da Agespisa, que tinha um rombo de 1.200.000.00,00 ( HUM BILHÃO E DUZENTOS MILHÕES). Ao invés de punir os culpados fizeram foi mudar o nome da empresa que agora é denominada “Instituto de Águas do Piauí”.
O certo é que o governo Piauí reduziu nossa policia militar a um terço do seu efetivo; os prédios e as repartições são públicas, mas a segurança é privada. O governo gasta milhões com segurança terceirizada, quando na verdade devia investir na segurança pública.
Na área da saúde nem se fala. A particular vai muito bem, enquanto a pública é um fracasso que nós conhecemos, está quase na UTI. A educação vai de mal a pior. No nível superior, com a boa vontade de atender a juventude de determinada região, espalharam campi da UESPI em diversas cidades. Talvez por esquecimento ou incompetência não prepararam a estrutura que a universidade merece e precisa: prédio, quadra esportiva, laboratório, mesas, cadeiras e o principal – o professores e o pessoal de apoio. Está aí o que deu: um ensino de má qualidade e greves por todo lado.
O rombo no IAPEP chega a quase 100.000,00 (CEM MILHÕES ). Também ninguém será punido pelo desvio do dinheiro publico. Nosso governo foi pelo lado prático, ou seja, mudou o nome da instituição que agora não é mais IAPEP, o novo nome é Instituto de Assistência à Saúde do Servidor Público do Piauí – IASPI.
Karnak |
O pior ainda vai acontecer pois para cobrir os bilhões de reais que o governo deve de desvio e de empréstimos, uma parte do Piauí está sendo colocada à venda. Serão vendidos prédios públicos, onde funcionam grandes colégios e outras repartições; e também serão colocados à venda milhares de hectares de terras, dos cerrados, no sul do estado. Se colocassem um pouco de seriedade na administração não precisava vender nada e ainda sobrava dinheiro para investimentos em alguma coisa.
Já que a ordem é vender, vou me candidatar a adquirir um grande imóvel no centro de Teresina. Eu não sei para que serve um palácio, mas sempre ouvi falar que é de lá que se governa. Como o Piauí está desgovernado e o Palácio de Karnak sem utilidade, acredito que será também colocado à venda. Se isso acontecer, tenho interesse em comprá-lo.
(*) Benedito Gomes
Contador (UFPI)
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