Por: Arimatéia Azevedo
Sempre é de causar alguma inquietação quando os políticos se movimentam em busca de recursos públicos, especialmente para obras faraônicas, ou elefantes brancos, aquelas estacionárias no tempo, autênticos remontes de ferro velho retorcido, e de nenhuma serventia. Este é, dentre outros, o caso do porto de Luís Correia, que, como se disse aqui, é uma obra iniciada ainda nos idos de 70, do século passado. De lá para cá, o porto de São Luís se modernizou, foram construídos dois portos em Pernambuco e um no Ceará, e o Piauí foi deixado de lado. O ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, em uma lúcida entrevista, semana passada, destacou que o grande erro da condução da economia, nos governos petistas, foi decidir, equivocadamente, em certo momento, que poderiam bancar grandes e custosas obras sem os recursos necessários que lhes dessem sustentação financeira, impactando de forma negativa o controle de gastos públicos. E isto sem falar nos escândalos, na roubalheira, nos desvios de toda a monta, que foram disseminados no estado brasileiro. Como a coluna já antecipou, ontem, é de causar preocupação o súbito interesse por uma obra que precisa ser redimensionada, e não apenas tocada adiante.
Não basta a conclusão do Porto de Luís Correia, nas obras físicas em si, porque muito serviço de drenagem precisa ser refeito, e, de modo singular, carece sejam recalculadas e aprofundadas as áreas de aproximação dos navios, porque, depois de 40 e poucos anos, muito do aterro foi assoreado e, se bobear, somente lanchas e barcos de pequeno porte podem ali atracar. É preciso, pois, cautela da parte dos próprios políticos até porque uma ação movida pelo Ministério Público Federal está em curso podendo mandar para a cadeia gestores e construtores suspeitos de terem desviado boa parte da grana investida no porto.
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