Artista cearense Ari Areia durante a apresentação da peça (FOTO: Reprodução) |
A Ordem dos Advogados do Brasil do Ceará (OAB-CE) emitiu nota oficial, para avaliar que o artista cearense Ari Areia “excedeu o seu direito constitucional à livre manifestação de pensamento e expressão” ao interpretar a peça “Histórias Compartilhadas”, na Universidade Federal do Ceará (UFC), no último mês de maio.
No texto, divulgado na última segunda-feira (6), a OAB ressalta que preza pelo pluralismo de ideias e pela liberdade de expressão, mas repudia o “excesso”. “A bandeira levantada pelo ator é pertinente e merece respeito, porém para ilustrar e contextualizar suas ideias ele certamente pode usar outros personagens históricos. Areia assumiu o risco de sua conduta incorrer em crime previsto no Artigo 208 do Código Penal: vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso“, relata trecho da nota.
Limite da lei
Ainda conforme a instituição, a UFC deve apoiar o debate entre os estudante, mas dentro dos limites estabelecidos por lei. “A universidade como ambiente de nascedouro, proliferação e discussão de ideias, pode e deve apoiar todos e qualquer debate, mas dentro dos limites estabelecidos na legislação brasileira. A OAB tem o papel institucional de fiscalizar medidas para assegurar um ambiente diversificado e respeitoso além de promover cidadania, bem como reparar danos provocados por eventuais infrações legais”, destaca o texto.
Além disso, a entidade entrou com uma representação no Ministério Público solicitando investigação da peça.
Entenda o caso
A polêmica se espalhou nas redes sociais após o ator apresentar o monólogo durante o 1º Seminário Conversas Empoderadas e Despudoradas sobre Gênero, Sexualidade e Subjetividades, realizada no dia 17 de maio pelo Núcleo de Pesquisas sobre Sexualidade, Gênero e Subjetividade (NUSS) do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFC.
No dia 23 de maio, o artista cearense foi alvo de várias críticas e ameaças de morte em redes sociais após fotografias de sua apresentação artística circularem na internet. Durante a peça, Ari Areia exibe seu corpo nu e derrama o próprio sangue sobre um crucifixo. Na página no Facebook ‘Fortaleza Sem Prefeito’, várias pessoas relatam a falta de respeito com a religião. “Vão dizer novamente que é arte? Respeito, isso é o que falta. Não há explicação para tamanha sem-vergonhice”, diz a mensagem na página.
Fonte: Tribuna Ceará
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