1 de jun. de 2016

Contra o mal!



Depois de 13 anos e 04 meses de delírio e mistificação o Brasil tem a oportunidade de voltar atrás, para um novo recomeço! Parece ser uma afirmação forte, no entanto, quando se observa o país tendo como parâmetro os países desenvolvidos conclui-se que não é exagero. Foi um tempo perdido, pois a economia, proporcionalmente, retrocedeu a índices de 2002, portanto final do período Fernando Henrique Cardoso. Em termos de ?teoria dos jogos?, foi um resultado de soma zero: o que se ganhou se perdeu!

Poderia ficar alegre com isto! Pois fui dos poucos sociólogos das universidades brasileiras que não sacrificou a ciência no altar da ideologia, sem contar profissionais de outras áreas e da iniciativa privada que fizeram o mesmo. Fico horrorizado com o despreparo e a ingenuidade de tantos, que se tornaram presa fácil de mistificações populistas, que as ciências sociais brasileiras adoram chamar de ?utopias?.

Como disse, poderia ficar feliz, pois o desastre da ?era PT? confirmou minhas previsões de 2002, mas não fico! Não fico por causa da responsabilidade de cientista social pago pela sociedade, através da UFPI, para pesquisar e apontar caminhos razoáveis para sua melhoria. Não fico porque tenho a convicção de que em 2002 o povo brasileiro adotou o caminho errado, seduzido pela crítica fácil e irresponsável da esquerda brasileira, regra geral de baixíssimo nível intelectual. Não fico porque sei que se não fosse esse erro grave o Brasil estaria infinitamente melhor!

Alguns babaquinhas analfabetos logo dirão: ?Mas a história não se trabalha com o ?se?, se fosse assim, se fosse de outro jeito, etc.? Para esses incultos respondo logo: Então como se escreve ficção literária, poética, romanesca ou científica?! A ficção nessas três vertentes muitas vezes antecipa realidades e diz mais sobre a vida das pessoas e das sociedades do que livros e artigos de ciências sociais e humanas. Respondo mais: Como se constrói uma hipótese científica a não ser usando o ?se?? Bom, mais isso é ciência e provavelmente vocês não sejam afeitos a isso.

O aspecto mais ruinoso da ?era PT? sem dúvida é o desastre econômico, pois atinge uma das funções essenciais da sobrevivência: a nutrição (desemprego). Que por sua vez, sendo comprometida, impacta sobre as outras duas funções: a proteção (segurança em geral) e a reprodução (vida social em geral). Ora, os milhões de pessoas que os petistas alegam ter tirado da pobreza não foi obra deles.

Mais uma vez, é preciso olhar para a economia dos outros países que como o Brasil têm pauta de exportação sustentada pelas ?commodities? (mercadorias com preço cotado em dólar) minerais e agropecuárias (petróleo, minério de ferro, café, soja, carne de boi, porco e frango, etc.). Durante o final dos anos 90 e a primeira década de século XXI todos os países com pauta de exportação semelhante emanciparam da pobreza milhões dos seus cidadãos, não devido aos ?programas sociais? (pois quem está inscrito neles não deve ter emprego formal e o valor pecuniário da bolsa não permite ascensão social real), mas decorrência da dinâmica da geração de emprego e renda de suas economias exportadoras.
Na época, dois fenômenos de consumo alavancaram a economia mundial por causa do fator demográfico: China e Índia. O tamanho descomunal de suas populações consumidoras (juntas quase 2,6 bilhões de pessoas) fizeram a festa de Brasil, Argentina e Venezuela, por exemplo. Porém, o que esses países tinham em comum naquele período? Governos populistas (Lula, Kirschner e Chávez), que por meio da mistificação da propaganda inventaram que eles eram os promotores do desenvolvimento. Será coincidência?! Não! Olhem o que aconteceu depois com os três países: todos fracassaram!

Uma coisa que os brasileiros teimam em não reconhecer é que governo, federal, estadual e municipal não gera crescimento e desenvolvimento. Sei que se surpreenderão e perguntarão: ?Mas, e as vagas dos concursos?? Aqui está o mistério que os governos encobrem. As vagas dos concursos são financiadas com dinheiro ?velho?, isto é, já estavam em caixa no tesouro federal, estadual e municipal como resultado da arrecadação permanente dos impostos pagos pelas pessoas jurídicas (empresas) e físicas ao longo da atividade econômica de cada ano.
O dinheiro dos salários pagos ao funcionalismo público é apenas a movimentação do montante arrecadado como imposto gerado pelos empreendimentos os mais diversos. O governo não obteve dinheiro ?novo?, como resultado de um empreendimento, com o qual financiasse seu funcionamento, é tudo dinheiro já existente, ?velho?.

Para ficar claro: Se um governo municipal fabricar um picolé e distribuir, isso não gerou renda nova, pois o dinheiro já existia; mas se um picolezeiro individual, com seus recursos próprios, produz um picolé e vende, o dinheiro que entra é dinheiro ?novo?, que será reinvestido para fabricar mais picolés e, eis a mágica, expandir os negócios contratando mais gente, portanto, dinheiro ?novo?, pois o posto de trabalho criado foi financiado com um dinheiro que não existia previamente.

Assim, toda riqueza da sociedade é gerada pelos empreendedores, do simples picolezeiro ao grande industrial ou produtor rural. Logo, presidentes, governadores e prefeitos não produzem riqueza, na maioria das vezes eles atrapalham a economia ou provocam desastres como a dupla Lula-Dilma.

Mas os brasileiros em 2002 foram vítimas da ?utopia? das esquerdas misturada com a mistificação teológica de uma parte da Igreja Católica, denominada ?teologia da libertação? (junção de comunismo com teologia cristã que defendia que a mensagem de Cristo era política, e a igualdade era para ser conquistada aqui na Terra, etc.). Em primeiro lugar, não gosto de utopias, pois como significa o próprio nome (u-topos) é um lugar que nunca existiu ou existirá. Portanto, estimular jovens e adultos a persegui-las é iludi-los e perda de tempo.

Porém, professores universitários acreditaram que um operário semi-analfabeto era o redentor do Brasil e o ?partido da ética? iria moralizar o país. Hoje, alguns deles como Francisco Weffort, Francisco de Oliveira, Hélio Bicudo (todos fundadores do PT, que posteriormente caíram fora), reconhecem que cometeram terrível equívoco ao não denunciarem há época os primeiros sinais de quem era o verdadeiro Lula, ou seja, foram coniventes. Tarde demais, o mal já foi feito!
A Igreja Católica brasileira, antes tão rápida em condenar o período militar brasileiro por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e ajudar a fundar o PT, tendo como células as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) ? ninho da militância rural (MST) e urbana (CUT e MTST) ? permanece calada, com raríssimas exceções, ante o mar de escândalos de corrupção do Estado e da sociedade promovido pelo partido. 

Provavelmente este conluio explique a sangria dos fieis desde os anos 80 e o avanço das igrejas evangélicas, depois que bispos e padres resolveram fazer uma pastoral ?social? e ?política? em vez de cuidar do conforto das almas, razão pela qual as religiões foram inventadas!
Outro aspecto ruinoso da ?era PT? é exatamente este, típico da postura da Igreja Católica: o ?relativismo moral?. Os crimes cometidos pela esquerda ao longo da história são varridos para debaixo do tapete. Crimes cometidos na ?Intentona de 35?, durante o ?período militar (1965-85) e durante 2003-2016. É assustador como dentro das universidades professores e alunos só se indignam com os crimes da ?direita?. Padres e bispos só clamam aos céus pelos crimes da ?direita?. Que a imprensa fique melindrada pelas ações corruptas contra o Estado cometidos pela ?direita?, etc. Mas, quando se tira a máscara desses professores e alunos, padres e jornalistas militantes descobre-se sua intenção perniciosa: todos são esquerdistas, adeptos do relativismo moral!

Mary del Priore, talvez a mais importante historiadora brasileira viva (além de ser uma linda mulher!), em entrevista recente na Globonews (mai/2016), afirmou, fazendo eco a um colega, que as universidades brasileiras são ?bolcheviques? (comunistas) e que, o mais grave, professores e alunos não gostam de história (meu amigo Francisco Iweltman era da mesma opinião!). Compreende-se, assim, como é grave e mal intencionada a manifestação de alunos nos institutos técnicos estaduais de São Paulo, ocupando os prédios e paralisando aulas, tal qual ocorre nas escolas públicas do Rio de Janeiro.

É de angustiar ver a cobertura da imprensa a um bando de adolescentes/jovens bem alimentados, mimados e apenas obedecendo o comando dos hormônios (que os mandam fazer tudo para aparecer, para chamar atenção do sexo que lhes interessa!) e de líderes esquerdistas que se escondem por trás de sua ingenuidade juvenil, pedindo por mais: comida!!! É angustiante a falta de conhecimento que eles têm sobre a realidade das pobres crianças dos sertões do norte-nordeste, estes sim vítimas da fome e estudando em casebres depauperados, que os humildes professores chamam de escola. Porém, vivendo nestas vicissitudes estas pessoas carentes não param, valorizam muitíssimo o pouco que têm.

Contra os ?relativistas morais? do conhecimento, uso um historiador inglês comunista que as esquerdas adoram citar sem ler (afinal os livros do velhinho são enormes!), mas cuja desonestidade intelectual estava no limite do aceitável, de modo que posso referenciá-lo aqui (por dever de ofício eu conheço a obra da esquerda mais do que seus discípulos!): trata-se Eric Hobsbawm. No livro ?A era dos extremos?, ele mostra como as gerações nascidas depois da 2ª Grande Guerra vivem em condições econômicas, educacionais, sanitárias e sociais muito melhores do que seus avós e pais. Os jovens rebeldes dos anos 60, e que estes bobocas ignorantes brasileiros adoram copiar, eram apenas isso: rebeldes sem causa de barriga cheia!

Outra expressão de ?relativismo moral? são os crimes contra a imagem do Brasil no exterior perpetrados por artistas e professores universitários, divulgando que no país houve um ?golpe de estado?. Tivesse havido de fato um ?golpe? estes profissionais rastaqueras sequer voltariam ao país! Por que Sônia Braga ou Wagner Moura não denunciam os crimes cometidos todo dia na Venezuela? Por que Chico Buarque e Marieta Severo nunca disseram nada contra a ditadura dos irmãos Castro em Cuba? Ah! Deve ser porque estes países são ditaduras de esquerda que apoiam o PT! 

É revoltante constatar que estas pessoas vivem aqui, são reconhecidos aqui, ganham dinheiro aqui... mas, traem o país na primeira ocasião na qual deveriam mostrar de fato o apreço ao país, disseminando mentiras e calúnias contra suas instituições, como a de que o afastamento de Dilma foi um ?golpe de estado?. Quando Collor recebeu o ?impeachment? não foi ?golpe? (Collor foi inocentado no STF, caiu porque o juízo de culpa foi político!); mas com Dilma, apesar dos inúmeros crimes, foi ?golpe?. Como pode alguém acreditar nisto? Bom, a não ser se que tenha algum tipo de deformidade moral...

Para encerrar, gostaria de lembrar um fato que veio à tona. Um documento de avaliação do PT (2016), feito pelo Diretório Central, revelou o arrependimento de não terem mexido no currículo das academias militares brasileiras, além de não terem promovido a postos chave de comando apenas militares identificados com o ideário do partido. Provavelmente eles não puderam fazer isso devido a resistência dos quartéis e pela escassez de ?milicos? adeptos da causa! Porém, fica claro uma coisa, que no ano passado (2015) me chamou atenção. Alguns programas jornalísticos de televisão fizeram matérias sobre conteúdos programáticos dos currículos e sobre o regime disciplinar dos colégios militares brasileiros, no final teciam críticas sobre a falta de liberdade dos jovens e de que faltavam mais críticas ao período militar, etc. A quais interesses esses programas obedeciam?!

Respondo: os interesses eram a corrupção das mentes e corações no berço onde nascem boa parte dos futuros oficiais das forças armadas e polícias militares do país. Tal qual Chávez fez com a Venezuela, que seria nosso destino caso a ?era PT? não fosse interrompida.


Finalmente, não existe nada de mais repugnante do que a imprensa está fazendo com Temer. Comprei no ano passado, mas só comecei a ler recentemente, ?Diários da presidência, v. 1?, de Fernando Henrique Cardoso. O livro é um tijolo de quase 900 páginas (e já foi lançado o outro!). Nele, FHC descreve as dificuldades da formação do governo visando a manutenção da governabilidade no Congresso: as vaidades, as intrigas os ?lobbies?, etc. Mas, FHC reserva permanentemente ressalvas à imprensa, que com o objetivo de vender jornais e chamar atenção para noticiários distorce propositalmente os fatos!

Quando Temer assumiu, apesar de uma equipe econômica de padrão internacional, a imprensa dava chilique porque não havia uma mulher ministra, um negro ministro, etc. Depois, porque no governo havia investigados pela ?Lava-Jato?. Depois porque acabou o Ministério da Cultura, etc. Como se o governo anterior fosse exemplo de competência e probidade! Pelo menos 100 dias de prazo, para que o Governo Temer desse resultado, não lhe concederam! A aposta que os jornais martelam diariamente, só para desgastar a imagem do presidente e alimentar a crítica da sociedade, é quando será criado um novo imposto, apesar de reiteradamente Henrique Meirelles enfatizar que não criará impostos agora ou desnecessariamente.

Mas a piada das piadas, é a indignação fajuta, dos dentes para fora, daqueles que fazem cara de nojo para a votação do ?impeachment? na Câmara dos Deputados! Ridicularizam deputados que votaram em nome de Deus, de suas famílias, de seus filhos e de suas cidades... Fazem chacota e dizem: que baixo nível!!! Pois bem, isto é a prova do relativismo moral torpe, pois se os deputados tivessem oferecido o voto aos tais movimentos sociais, ao movimentos gay, ao movimento feminista, ao movimento negro ou indígena, ou a outro movimento qualquer de esquerda... Ah! Seria lindo, progressista!!!


Prof. Geraldo Filho da UFPI
Portal Phb

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