Bendito Gomes |
Li recentemente nos blogs da cidade que nossas atrações turísticas serão vistas na tela dos cinemas locais. Uma boa ideia. Com a divulgação garantida fica a pergunta: os lugares que serão vistos e depois visitados estão prontos para receber um grande número de visitantes?
Ponto turístico, se for moderno, precisa ter o que há de melhor em tecnologia; se for antigo, precisa de conservação, história e alguém que saiba contá-la.
Estive duas vezes em Gramado – RS, em 2013 e 2015. Cada passeio durou uma semana, cada dia uma cidade diferente. Em Nova Petrópolis, por exemplo, o forte é a noite alemã. O que é isso? Uma grande churrascaria, onde você é recebido com banda musical e danças, um farto jantar onde o prato principal é joelho de porco, “comida alemã”, custa r$ 100,00 (cem reais) por pessoa, pagamento antecipado. Gramado tem aproximadamente quarenta mil habitantes, 170 hotéis, sessenta e cinco pousadas, casa de aluguel etc.. algo em torno de quinze mil leitos, à disposição dos visitantes.
Você acha que eu estava lá só fazendo nada? Não, vendo milhares de pessoas cruzando ruas, comércio lotado, churrascarias cheias, restaurantes só para quem tinha reserva. E estivemos também na igreja de São Pedro, onde fieis de todo o mundo se cruzam, se cumprimentam e declaram a sua fé.
Vendo isso ficava a perguntar: por que em Parnaíba, uma cidade linda, locais como Avenida Pinheiro Machado, Avenida São Sebastião, Praça da Graça, Praça Mandu Ladino, igrejas históricas... quem viaja sempre visita estes lugares. Temos coisas aqui, que ninguém tem em nenhum outro lugar. Temos nosso rochedo marinho, chamado Pedra do Sal, atração turística para ninguém botar defeito.
A casa grande de Simplício Dias, alguém conhece outra? É o primeiro sobrado de três andares construído no Piauí, tão antiga quanto o “Pelourinho na Bahia”. E lá o mundo inteiro conhece.
O Cajueiro de Humberto de Campos, somente um exemplar no mundo, com beleza, natureza, argumento e história.
Nosso Porto Salgado, atual Porto das Barcas, centro comercial e financeiro do século XX, hoje observado e vigiado pelos transeuntes lá de cima da ponte, que por sinal está muito suja.
Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro; a Pampulha, em Belo Horizonte; o Lago Paranoá, em Brasília, todos tem quilômetros de aterro arborizados, pista de atletismo, bares, restaurantes etc... e a nossa Lagoa do Bebedouro aqui dentro da cidade, o que ela tem além de sua beleza natural? O que foi ou está sendo feito para sua urbanização? Perene o ano inteiro, abastecida mensalmente pelo oceano atlântico, via rio igaruçu, uma flora abundante e verdejante, formada por taboa, aguapé, pimpão e centenas de plantas aquáticas que dão vida e beleza à superfície da água; uma fauna invisível sempre mergulhada, composta de peixes de varias espécies e dezenas de outros organismos vivos que fazem da lagoa o seu habitat.
Outros locais procurados por quem viaja são os museus. Se você visitar Juazeiro – Ce, tem por obrigação conhecer o museu do Padre Cícero. Um pouco mais adiante, já em Pernambuco, em Exu, está o museu do Luiz Gonzaga “o Gonzagão”. Em Goiás, a casa da escritora Cora Coralina está transformada em um belo museu... E aqui em Parnaíba, como está a casa onde morou Humberto de Campos?
Imagine um grande galpão e logo na entrada você encontrando uma locomotiva, com quase cem anos; ao seu lado um folder contando sua história, onde foi fabricada, quantas mil viagens fez entro Teresina e Parnaíba etc... Estou falando da nossa Maria Fumaça que está se acabando ali na Praça da Estação, sob nosso olhar, sob nossa responsabilidade. E aquele guindaste lá na beira do rio? Merece um melhor tratamento e um local de destaque, afinal, prestou um grande serviço à nossa navegação.
Onde está a Secretaria de Turismo estadual? Onde está a Superintendência de Turismo municipal? Onde estão aqueles que desenvolvem o turismo na região? Olha gente, isso é assunto nosso. Vamos encarar?
(*)Benedito Gomes
Contador (UFPI)
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