Ex-governador Zé Filho
Agora está claro: o ex-governador Zé Filho não compareceu à convenção regional do PMDB de caso pensado. Ele já estava decidido a sair do partido, diante da troca de afagos entre os líderes da legenda e o governo. Se tivesse ido à convenção, ele teria ouvido no evento que os peemedebistas estão apalavrados com o governador Welington Dias para compor a sua base.
O ex-governador já deu umas boas bordoadas no PMDB pela sua vocação para ser governo. Os peemedebistas fizeram de conta que não ouviram as críticas de Zé Filho. Não querem confrontá-lo, até porque tiveram tudo em seu curto governo e também porque, para eles, agora, Zé Filho é passado. O que conta, para o pragmatismo do partido, é Wellington Dias, que representa presente e futuro.
O desconforto do ex-governador Zé Filho no PMDB é crescente. Ele não aceita que o partido se entregue ao governo apenas um ano depois de enfrentar Wellington Dias na praça pública e nas urnas. No seu entendimento, o papel natural da sigla é ficar na oposição, fiscalizando os atos do governo e cobrando o cumprimento das promessas de campanha.
Como já não encontra ar para respirar no PMDB, Zé Filho busca outra alternativa partidária. O caminho mais provável é o do PPS. Ele já tratou do assunto, inclusive, com o presidente nacional da sigla, deputado federal Roberto Freire (SP). A definição deve sair nos próximos dias. O ex-governador faz as últimas sondagens e reflexões para tomar sua decisão.
O PMDB iria para a base do governo abocanhando duas secretarias. É provável que os cargos não saiam agora. O governador disse que será uma adesão sem cargos. Isso não existe na política piauiense, especialmente em se tratando do PMDB, um partido eminentemente fisiológico.
Resta aguardar para saber quem o ex-governador Zé Filho leva com ele para o PPS ou para outra sigla na qual venha a se abrigar como oposicionista. Como o PMDB, o governo também perdeu todo e qualquer protocolo em relação a alianças políticas. Assim, não hesitará em usar a sua força para deixar o ex-governador falando sozinho.
Texto:Zózimo Tavares
Edição:Bernardo Silva
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