Por:Pádua Marques(*)
Eu bem que estava esperando que alguma coisa boa estava pra acontecer neste Brasil depois de tanta notícia ruim. Porque não tem sido fácil pra ninguém desse lado de cá do Atlântico todo que é santo dia que Deus dá a gente só saber de roubalheira, corrupção e a cada hora que passa a economia descendo pelo ralo da pia que há muito tempo por culpa e graças à Agespisa nunca tem água.
Deus nunca desampara quem tem iniciativa e olha o futuro com muita determinação. Desde ontem que eu estou empolgado com esse negócio de ser um microempreendedor individual. Porque eu acredito que é começando de pequeno que a gente fica grande. Um grande filósofo amigo meu me disse um dia que o menino é o pai do homem. E eu na hora nem me toquei que é a mais pura das realidades. Ele queria dizer, que dependendo da nossa capacidade de como se vê uma oportunidade podemos alcançar muitas coisas.
Pois não é que nesta semana ao abrir todos os portais brasileiros eu quase cai de costas? É que a ministra da Agricultura, Kátia Abreu foi pra China e lá numa rodada de negócios um chinês do olho puxado e doido pra ganhar dinheiro com alguma coisa puxou conversa. Ele jogou uma proposta que a princípio ela achou engraçada. Mas o chinês ao que se conta não estava pra brincadeira porque chinês é danado pra inventar coisa pra ganhar dinheiro. Ela ficou naquela de, se fingindo de besta, com o sorriso amarelo de desentendida.
Certamente imaginou que o chinês havia se excedido na cachaça de lá, que eu até hoje não sei se é feita de milho, arroz, soja ou de casca de alho, ovo gouro, o diabo. Ele insistiu na proposta. Quer importar um milhão de jumentos brasileiros? Assim na bucha. A ministra ainda tentou se esquivar, mas o chinês estava duro na queda. Se esse negócio der mesmo certo as conversas saírem do papel das intenções pra coisa prática eu acho que dessa vez muita gente pode se dar bem no Brasil. Agora eu não sei é aonde vai se encontrar um lote de um milhão de jumentos pra embarcar pra China.
E olhe como são as coincidências. Faz pouco tempo, eu creio que muita gente há de ainda lembrar, eu tratei sobre os maus tratos a que estavam sendo submetidos esses pobres animais brasileiros aqui em Parnaíba. Parece até que o chinês estava atrás da porta daqui de casa quando eu escrevi aquele artigo sobre o mercado de trabalho pra essa valorosa e esquecida categoria! Agora chegou a vez de vocês, jumentos! Vocês nem podem imaginar essa minha alegria de ver vocês finalmente sendo reconhecidos pela comunidade internacional como importantes pra economia mundial. Bem diferente de passar a vida toda aqui no Brasil levando relho nos couros, não é mesmo?
Eu não posso imaginar pra que estes chineses vão querer tantos de vocês. Mas deve ser pra fazer algum produto de utilidade doméstica. Sabão em pó, pasta de dente, escova pra engraxar sapato, pente, lanterna, botão, pavio de lamparina, linguiça, presunto, espanador, mangote pra máquina de lavar, pneu, assento pra cadeira, casacos, enfim um monte de utilidades que depois eles vão exportar e nós aqui feito bestas na Parnaíba vamos comprar ali no calçadão da Marechal Deodoro ou nas lojas do Mesquita Importados.
Mas é até bom pra não deixar os bichinhos passando fome e sede no terreno da prefeitura ali no bairro do Sabiazal. Lembro que ainda esse ano um amigo me falou de ter vontade de criar burros pra o trabalho em sua pequena propriedade, aqui perto na região. Isso mais não. Vamos nos libertar das duras penas da carroça e do chicote, jumentos! Pois é chegada a hora desses animais prestarem mais uma vez um serviço ao mundo do consumo.
E como no Brasil ainda tem muito jumento vagando sem dono e sem destino depois que foram deixados ao relento, nada mais oportuno do que encher porões e porões carregados deles pra serem beneficiados no outro lado do no mar sem fim. E mais oportuno ainda seria se esses chineses se interessassem também de levar na carga como consultores de investimentos alguns políticos brasileiros e alguns defensores deste pessoal que está no poder. Pra explicarem pra os chineses como se acaba em poucos anos com um país que tinha tudo pra ser grande e rico. Esse mesmo pessoal que deixou nossa economia tropicando nos cascos. Vai que é tua, jumento!
(*)Pádua Marques é jornalista e escritor
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