Pelo menos 50 pessoas visitaram o cemitério Cadelinha Sasha, localizado no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí, neste Dia de Finados. No local há cerca de 800 animais sepultados, entre cães e gatos. A emoção sempre toma conta dos visitantes que costumam ir ao cemitério não apenas no feriado.
O responsável pelo cemitério, Reginaldo Freitas, diz que há visitantes que vão ao local, pelo menos uma vez por semana, visitar os bichinhos que estão enterrados. "Tem gente que vem sempre, colocam flores, velas e alguma lembrança do animal. No feriado sempre vem muita gente", disse Freitas.
A aposentada Luzia Angélica conta que todos os anos visita as cadelinhas Floriza e Lessy, que viveram 10 e 15 anos, respectivamente, ao lado da família. Ela diz que a homenagem é um agradecimento pelos momentos de amor e companheirismo prestados pelos animais.
"Tem gente que quando os animais morrem, jogam em qualquer lugar. Eu venho sempre. Quero que eles saibam que foram importantes e nós não esquecemos deles. Eu trago flores, acendo velas e rezo um pouco no túmulo delas", disse a aposentada. Luzia conta que, atualmente, tem seis cães, entre elas a cadelinha Linda, que está em tratamento contra um câncer no fígado.
A contadora Vânia Coelho foi visitar o túmulo do gatinho Tito, que tinha apenas um ano e foi enterrado com seu ursinho preferido. Ela disse que o animal a tornou uma pessoa melhor.
"Eu não morava em Teresina e quando vim para cá, achei ele abandonado ao lado de um supermercado. Não aguentei e levei ele pra casa. Hoje eu não aguento ver um animal abandonado. Antes eu via e tinha pena, mas acabava não fazendo nada. Depois do Tito, me tornei uma protetora de animais", disse ela.
Ela disse ainda que na sua casa todos sentem falta da companhia de Tito e que mesmo seus pais, que no início não queriam criar um bichinho, acabaram se apaixonando pelo animal. Hoje, a família tem mais dois gatos.
O sepultamento dos animais no local é feito por funcionários do Hospital Veterinário Universitário da Ufpi. A cova é aberta pela valor de R$ 270 e o enterro é feito após pagamento de uma taxa de R$ 100 aos funcionários do Hospital.
O cemitério existe há seis anos e se destina a atender os protetores de animais e disponibilizar um local apropriado para o destino dos animais que morreram. Ele é o único do Nordeste destinado a receber animais.
Maria Romero (Flash)
Graciane Sousa (Redação)
redacao@cidadeverde.com
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