3 de out. de 2015

Obra da Transnordestina volta a parar 20 dias após visita de Dilma ao Piauí

Trabalhadores da Transnordestina pararam devido à falta de pagamento (Foto: Catarina Costa/G1 PI)Trabalhadores da Transnordestina pararam devido à falta de pagamento (Foto: Catarina Costa/G1 PI)
As obras da ferrovia Transnordestina estão paralisadas há cerca de 20 dias no trecho que passa pela cidade de Itaueira, a 344 km de Teresina. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas e Obras de Terraplanagem no Piauí (SintePav). A paralisação ocorreu logo após a visita da presidente Dilma ao canteiro de obras na cidade de Paulistana, ocorrida no dia 11 de setembro.
De acordo com o diretor do sindicato, Edvar Feitosa, cerca de 600 operários estão de braços cruzados devido à falta de pagamento por parte das empresas Transnordestina S/A e CivilPort Engenharia. Além disso, ele denuncia que outros 60 trabalhadores de duas empresas terceirizadas que prestavam serviço para a CivilPort foram demitidos com salários de dois meses e direitos trabalhistas em atraso.
Sindicato acusa empresas de não querer pagar operários (Foto: Catarina Costa/G1 PI)Sindicato acusa empresas de não querer pagar
operários (Foto: Catarina Costa/G1 PI)
"Já denunciamos a falta de pagamento ao Ministério Público do Trabalho de Picos e na segunda-feira (5) vamos entrar com uma medida cautelar na Justiça em Teresina para pedir bloqueio das contas da CivilPort e da Transnordestina. Tentamos negociar três vezes com as empresas e elas se negam a pagar", disse.
O sindicalista explica que as duas empresas terceirizadas demitiram os funcionários porquem não tiveram seus contratos renovados. Ele sustenta que além dos pagamentos que ficaram pendentes, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores também não foi depositado.
A CSN, empresa que controla a Transnordestina, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está rescindindo o contrato com a CivilPort, mas vai dar todo o suporte aos funcionários demitidos. A companhia tem expectativa que esses trabalhadores sejam recontratados pela construtora que vai assumir a obra.
NInguém da Construtora CivilPort foi localizado para comentar o caso.

Prazo comprometido, diz sindicato
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas e Obras de Terraplanagem no Piauí (SintePav) diz que as obras estão comprometidas e com a paralisação o problema deve se agravar ainda mais. Essa é a quarta vez que os operários param somente este ano, o que deve comprometer o prazo de entrega da obra no estado. De acordo com o SintePav, apenas 20% do trecho que passa pelo Piauí está concluído.
"O prejuízo já está grande, pois é a quarta vez que os trabalhadores param esse ano. Não vai ser cumprido o novo prazo de entrega previsto para 2016, pois o trecho do Piauí só tem 20% concluído até agora e ainda ocorrem esses problemas. É uma empresa que não paga ninguém", disparou o diretor do sindicato.
A CSN não se pronunciou sobre a suposta perda do prazo de entrega da ferrovia Transnordestina.
Ao todo, aproximadamente dois mil operários trabalham nas obras da Ferrovia Transnordestina no Piauí. A obra começou em junho de 2006, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e deveria ter ficado pronta quatro anos depois, ao final do mandato.
A previsão é entregar a ferrovia concluída em setembro de 2016, com seis anos de atraso em relação ao prazo inicial e cinco anos além do previsto no cronograma do balanço quadrimestral do PAC 2, divulgado ainda em outubro de 2013.
De acordo com o governo federal, o projeto prevê 2.304 quilômetros de ferrovia, beneficiando 81 municípios – 19 no Piauí, 28 no Ceará e 34 em Pernambuco.
G1

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