Sara, de 5 anos, guarda dinheiro em seu cofrinho para fazer uma viagem para a Disney. Ana Clara, da mesma idade, também junta notas e moedas com as quais quer comprar uma bicicleta. Ela acha que com R$ 50 é possível comprar apenas um suco e balinhas, enquanto Erick, de 5 anos, tem certeza de que com essa quantia é possível comprar um caminhão e sobra troco.
O G1 perguntou a 6 crianças como elas lidam com o dinheiro. Enquanto as respostas sobre o que é possível comprar com a quantia de R$ 50 variaram entre itens de supermercado e de concessionária de veículos, todas responderam que guardam dinheiro de alguma forma em seus cofrinhos.
O G1 perguntou a 6 crianças como elas lidam com o dinheiro. Enquanto as respostas sobre o que é possível comprar com a quantia de R$ 50 variaram entre itens de supermercado e de concessionária de veículos, todas responderam que guardam dinheiro de alguma forma em seus cofrinhos.
Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro “Mesada não é só dinheiro”, começar a estimular as crianças a poupar desde cedo é muito importante. Veja abaixo 7 dicas do especialista para falar sobre o assunto com os pequenos:
1. Adapte a conversa para a idade da criança
Crianças são muito observadores e desde cedo, por volta dos 3 anos, começam a ter desejos de consumo e perceber que o dinheiro tem importância na vida da família. É quando se dão conta de que o dinheiro serve para ser “trocado” por coisas que precisam ou desejam ter. Quando isso acontece, já é possível falar sobre o assunto.
Crianças são muito observadores e desde cedo, por volta dos 3 anos, começam a ter desejos de consumo e perceber que o dinheiro tem importância na vida da família. É quando se dão conta de que o dinheiro serve para ser “trocado” por coisas que precisam ou desejam ter. Quando isso acontece, já é possível falar sobre o assunto.
Por volta dos 7 ou 8 anos, os pais podem começar a ensinar as crianças a poupar e administrar o próprio dinheiro com mesadas ou semanadas, ainda que em quantias baixas.
Temos de mostrar para as crianças que é preciso fazer escolhas e que nada é mágico"
Reinaldo Domingos, educador financeiro
2. Estimule sonhos, mas sempre com transparência
A determinação de Sara e Ana Clara, que guardam dinheiro para conhecer a Disney e comprar uma bicicleta, respectivamente, são positivas, como explica Domingos. Ele afirma que “deixar a criança sonhar” é importante para que ela estabeleça metas.
A determinação de Sara e Ana Clara, que guardam dinheiro para conhecer a Disney e comprar uma bicicleta, respectivamente, são positivas, como explica Domingos. Ele afirma que “deixar a criança sonhar” é importante para que ela estabeleça metas.
O especialista ressalta que o assunto deve ser tratado com transparência. “Se a criança for muito novinha não tem problema nenhum. Deixa ela sonhar”, afirma ele, dizendo que, se o objetivo de compra for muito caro, os pais precisam participar da “meta” junto com os filhos.
Os adultos precisam devem dizer à criança que, com objetivos mais caros, o tempo para juntar o dinheiro será maior. “Se a criança quer um videogame muito caro, de R$ 1 mil, por exemplo, os pais podem dizer: ‘você vai guardar R$ 200 e nós, os outros R$ 800. Você faz uma parte e a gente faz outra’. Com isso, você está criando um ambiente de coletividade dentro da família.”
Os adultos precisam devem dizer à criança que, com objetivos mais caros, o tempo para juntar o dinheiro será maior. “Se a criança quer um videogame muito caro, de R$ 1 mil, por exemplo, os pais podem dizer: ‘você vai guardar R$ 200 e nós, os outros R$ 800. Você faz uma parte e a gente faz outra’. Com isso, você está criando um ambiente de coletividade dentro da família.”
3. Ajude a criança a estabelecer também metas mais fáceis de atingir
É importante que os pais a ajudem a estabelecer metas a curto e médio prazo também, que podem ser atingidas em três e seis meses, por exemplo. “Mostre aos seus filhos a importância de priorizar seus projetos e faça-os entender que, para realizá-los, será sempre necessário guardar parte do dinheiro que passa pelas suas mãos.”
É importante que os pais a ajudem a estabelecer metas a curto e médio prazo também, que podem ser atingidas em três e seis meses, por exemplo. “Mostre aos seus filhos a importância de priorizar seus projetos e faça-os entender que, para realizá-los, será sempre necessário guardar parte do dinheiro que passa pelas suas mãos.”
4. Um esquema com ‘meia-mesada’ pode ajudar a ensinar a poupar
Domingos aconselha os pais a utilizarem um método para ensinar as crianças a controlar seu dinheiro. Funciona assim: durante um mês, sem que os filhos percebam, os pais anotam todo o dinheiro que dão para eles, incluindo lanche escolar, passeios, compra de jogos etc. Definido esse valor, é hora de chamar as crianças para uma conversa sincera e tranquila.
Domingos aconselha os pais a utilizarem um método para ensinar as crianças a controlar seu dinheiro. Funciona assim: durante um mês, sem que os filhos percebam, os pais anotam todo o dinheiro que dão para eles, incluindo lanche escolar, passeios, compra de jogos etc. Definido esse valor, é hora de chamar as crianças para uma conversa sincera e tranquila.
“É fundamental desde cedo demonstrar que a felicidade não está associada ao consumismo e sim à atitude de atingir seus objetivos"
Reinaldo Domingos
Nesta conversa, os pais podem dizer que, por já estarem crescendo, as crianças já podem receber uma mesada. Depois, eles entregam apenas metade do valor que detectaram como gasto mensal anteriormente. Segundo Domingos, é comum que as crianças achem o montante alto.
Em seguida, a família precisa combinar que aquela quantia deve durar o mês inteiro. Enquanto isso, uma quantia de igual valor (ou seja, a outra metade) será guardada para os sonhos que a criança tem. “Com isso, as crianças saberão que todo o dinheiro que receberem deverá ser separado metade para desejos e metade para o consumo”, diz o especialista. “O que a gente está trabalhando é um processo de motivação.”
Em seguida, a família precisa combinar que aquela quantia deve durar o mês inteiro. Enquanto isso, uma quantia de igual valor (ou seja, a outra metade) será guardada para os sonhos que a criança tem. “Com isso, as crianças saberão que todo o dinheiro que receberem deverá ser separado metade para desejos e metade para o consumo”, diz o especialista. “O que a gente está trabalhando é um processo de motivação.”
5. Não tenha medo de falar com a criança sobre crise financeira
Em momentos de dificuldade em que o orçamento das famílias fica mais apertado, as crianças podem ser introduzidas ao assunto. “É importante falar de crise de uma forma muito simples, como colocar produtos em uma mesa e dizer: ‘está vendo bolacha, doce ou qualquer coisa que sempre se costumava comprar? No ano passado a gente precisava de R$ 10 reais para comprar esses produtos. Agora, eu preciso de R$ 15’. A criança entende que vou ter que ter mais dinheiro pra comprar a mesma coisa.”
Em momentos de dificuldade em que o orçamento das famílias fica mais apertado, as crianças podem ser introduzidas ao assunto. “É importante falar de crise de uma forma muito simples, como colocar produtos em uma mesa e dizer: ‘está vendo bolacha, doce ou qualquer coisa que sempre se costumava comprar? No ano passado a gente precisava de R$ 10 reais para comprar esses produtos. Agora, eu preciso de R$ 15’. A criança entende que vou ter que ter mais dinheiro pra comprar a mesma coisa.”
6. Fique atento a excessos e sinais de pouco controle
Segundo Domingos, um dos principais sinais de que a criança possa estar desenvolvendo características consumistas é quando ela gasta toda a mesada rapidamente e logo pede mais dinheiro. Nesses casos, os pais precisam reforçar que o combinado é que a quantia dure pelo período estabelecido. “Temos de mostrar que é preciso fazer escolhas e que nada é mágico”, diz o especialista.
7. Lembre-se de que você é o exemplo
Se a criança vê os pais comprando sem parar, tendem a reproduzir esse comportamento. “É fundamental desde cedo demonstrar que a felicidade não está associada ao consumismo desenfreado e sim à atitude de atingir seus objetivos”, aconselha Domingos.
Segundo Domingos, um dos principais sinais de que a criança possa estar desenvolvendo características consumistas é quando ela gasta toda a mesada rapidamente e logo pede mais dinheiro. Nesses casos, os pais precisam reforçar que o combinado é que a quantia dure pelo período estabelecido. “Temos de mostrar que é preciso fazer escolhas e que nada é mágico”, diz o especialista.
7. Lembre-se de que você é o exemplo
Se a criança vê os pais comprando sem parar, tendem a reproduzir esse comportamento. “É fundamental desde cedo demonstrar que a felicidade não está associada ao consumismo desenfreado e sim à atitude de atingir seus objetivos”, aconselha Domingos.
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