Em audiência realizada na Delegacia Regional de Policia Civil de Parnaíba, a zeladora Aurizete Pintos disse que não perdoa o funcionário da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), conhecido como “Escovão”, por tê-la acusado de roubo. O assédio moral aconteceu no início de setembro na Escola Gastão Neves Rodrigues, no bairro Portinho, onde ela trabalha. De acordo com a denunciante, enquanto se preparava para ir embora ao final do expediente, Escovão apontou para a sua bolsa e afirmou que ela estava levando merenda para casa escondida. Aurizete compareceu a delegacia acompanhada pelo advogado Daniel Nogueira e pelo vereador Carlson Pessoa, que passou a acompanhar o caso após ser procurado pela zeladora e amigos da escola.
Ao entrar na sala de audiência e se deparar com Escovão, ela chorou e ficou bastante nervosa. O delegado Eduardo Ferreira aguardou que ela se acalmasse para poder começar a entrevista com ambas as partes. Na presença do advogado da Seduc, que o representava, Escovão pediu desculpas, mas Aurizete disse que ainda estava muito magoada e que não conseguia perdoá-lo. “Estou me sentindo muito humilhada. Além disso, ele não está arrependido de verdade, pois as suas atitudes não mudaram. Na frente do delegado ele demonstrou humildade, mas na verdade continua indo na escola e me encarando, mesmo não tendo mais serviço pra fazer lá”, expõe a servidora da escola.
Ela relatou ainda a omissão da Seduc e da Prefeitura de Parnaíba que ignoraram o caso. “Fui diversas vezes na Seduc e na Prefeitura comunicar o ocorrido, mas simplesmente fui ignorada. Mas para o cidadão que me constrangeu na frente de todos, no meu ambiente de trabalho, a Seduc disponibilizou um advogado. Estou me sentindo sem valor”, desabafa emocionada.
Como o pedido de desculpa não foi aceito, ficou acordado que a Seduc reunirá os líderes da instituição para tomar uma providência quanto ao caso. Já o advogado Nogueira deverá formalizar uma ação penal por calúnia contra Escovão.
“É vergonhoso e lamentável a forma como os nossos servidores são tratados. A dona Aurizete trabalha arduamente há 14 anos na escola Gastão Neves e quando mais precisa do município, este lhe vira as costas. É contra esse tipo de crime que lutamos e combatemos diariamente”, afirma Carlson Pessoa.
Por Luzia Paula. Fotos: Gleitowney Miranda / Ascom
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