20 de ago. de 2015

Sem advogado, julgamento de Correia Lima da morte do cabo Honório é adiado

Ausência do advogado de defesa levou o Tribunal do Júri adiar o julgamento do ex-coronel José Viriato Correia Lima, marcado para esta quinta-feira(20). Diante do impasse, o juiz Antônio Noleto remarcou a data para o próximo dia 28 de agosto. O magistrado irá comunicar a ausência do advogado Marcio Mourão ao Conselho de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Piauí. 
"Lamento o adiamento e espero que aconteça o mais rápido possível", resumiu o juiz.
Na sessão de hoje(20), Correia Lima seria julgado pelo homicídio do cabo da Polícia Militar José Honório Barro Rodrigues. O crime ocorreu em 20 de junho de 1988 em uma chácara no bairro Socopo, zona Leste de Teresina. 
“A defesa do réu era formada por dois advogados Luís Fernando Correia Lima (sobrinho do réu) e Márcio Mourão que foram destituídos na semana passada. A sessão ocorreu hoje porque todos já haviam sido intimados, mas nenhum advogado apareceu e o julgamento teve que ser adiado. O réu reconstituiu Wendel Araújo de Oliveira para atuar na sua defesa e o julgamento deverá ocorrer na próxima semana. Normalmente, quando um advogado é constituído, ele tem que ter um prazo razoável para estudar o processo e vir a plenária. O processo desse caso é volumoso, tem mais de cinco volumes e mais de mil páginas. O advogado teria que ter no mínimo dez dias para ter acesso aos autos”, disse promotor Márcio George Carcará Rocha. 
O representante do Ministério Público ressalta ainda que o prazo de prescrição para o crime de homicídio é de 20 anos. "Esse crime não está prescrito porque existem as causas interruptivas da prescrição, ou seja, o crime ocorreu em 88, a denúncia foi formulada em 98, o que suspendeu o prazo prescricional...os outros crimes imputados a ele no mesmo processo, formação de quadrilha e ocultação de cadáver, já prescreveram", explica.
No Tribunal do Júri, o ex-coronel se queixou de maus tratos, mas de acordo com representante do Ministério Público, a revista em presos trata-se de um procedimento padrão. José Viriato Lima alegou ao juiz que passou por situação constrangedora, por ter ficado sem as vestimentas, durante o procedimento de revista.
"Além dele ter alegado e não ter provado, isso é um procedimento comum. Embora, se realmente isso for aferido e provado, os responsáveis serão fatalmente punidos. O próprio Ministério da Justiça exige protocolos de segurança e o coronel Correia Lima, provavelmente, não está acostumado a se submeter a tais protocolos. Todos os presos, invariavelmente, passam por isso, que é comum e rotineiro. O coronel não está acostumado a este tipo de situação", explica o promotor.
Até a próxima sexta-feira, Correia Lima deverá ficar na Casa de Detenção de Altos, mas ele solicitou seu retorno para a Penitenciária de Parnaíba. 
Flash de Graciane Sousa
Redação Caroline Oliveira
redacao@cidadeverde.com

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