REFORMA ADMINISTRATIVA: Como posta é mero paliativo.

A reforma administrativa em gestação no governo, como proposta, não passa de um mero paliativo de satisfação ao clamor público da sociedade brasileira.

Cortar 1.000 cargos comissionados (4,5%) de um total de 22.000 existentes é piada de mal gosto; reduzir em apenas 10 o número de ministérios piabas de um total de 39 é brincar com a inteligência de um povo que vem sofrendo na carne os erros (voluntários ou involuntários) e os desmandos dos ocupantes do Palácio do Planalto muitas vezes coadjuvados por fisiologistas partidários e aliados do Congresso Nacional.

Todos os países que têm desenvolvimento sustentável são administrados por no máximo 20 ministérios. O Brasil será que pode se dar ao luxo de manter 39 ou mesmo 29 como pretendem os reformistas meia sola?

Desde o início de 2015 que o governo através dos seus diversos interlocutores e da própria Presidenta Dilma vem anunciando melhoras na economia e o que se constata são números cada vez piores e o país caminhando para uma bancarrota.

O que falta ao governo é competência, sinceridade e lealdade para com milhões de brasileiros. Os factoides produzidos visam exclusivamente ludibriar a boa-fé de pessoas menos avisadas que têm como visão alguns fios de esperança em que as coisas vão melhorar. Esperança é o que mais nos falta. Para haver esperança é necessário que as providências sejam urgentes e sobretudo honestas e confiáveis.

Não venham com desculpa que o governo tirou milhões de pessoas da pobreza estrema, melhorou nisso e naquilo, isso é fato. Mas tudo que fizeram de bem, não justifica a imersão no mar de lama da indisciplina financeira, do vandalismo com o patrimônio público, da corrupção deslavada e com a credibilidade do país abalada em proporções nunca dantes verificado.

Vamos ser realistas, não esperemos que o Brasil quebre, aliás, envergue. Envergar, mas não quebrar, (como disse a Presidenta), é o mesmo que continuar andando torto e isso ficou para os medíocres que não sabem andar com retidão de bons propósitos e de caráter.

A toalha serve para enxugar e também ser jogada!

Renato Santos Junior

Professor UFPI - Parnaíba