14 de jul. de 2015

PF faz buscas na casa do senador Ciro Nogueira

O senador piauiense Ciro Nogueira (PP) é um dos alvos da Polícia Federal na nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira (14). Além de fazer buscas na residência de Ciro, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências de Collor em Brasília e em Alagoas. Os policiais também foram à TV Gazeta, no Estado nordestino, que pertence à família dele.
A BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras, também foi alvo da operação. 
O ex-presidente Fernando Collor foi citado na delação premiada do doleiro Alberto Youssef como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. Ele também foi citado pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, em seu depoimento à Justiça. 

Outro citado por Pessoa foi Ciro Nogueira (foto acima), que é presidente nacional do PP. 
O empreiteiro afirma ter pago R$ 20 milhões a Collor entre 2010 e 2012 em troca da influência do senador em negócios com a BR Distribuidora e R$ 2 milhões a Ciro Nogueira. 
Segundo a Folha apurou, os policiais foram à distribuidora da Petrobras atrás de documentos que possam ligar a companhia de distribuição a casos de corrupção delatados pelo doleiro Youssef e outros presos da Lava Jato. 
Ao todo, a polícia cumpre nesta terça 53 mandados de busca e apreensão –no Distrito Federal (12), na Bahia (11), em Pernambuco (8), em Alagoas (7), em Santa Catarina (5), no Rio (5) e em São Paulo (5) – expedidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, referentes a seis processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato. 
As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos. 
Segundo a Folha apurou, as ações atingem políticos com mandato; alguns deles atuam no Congresso Nacional. 
Essa operação –considerada uma "filhote" da Lava Lato– chama-se Politeia e refere-se aos inquéritos que correm no STF e envolvem suspeitos com foro privilegiado. Por isso não estão na Justiça Federal no Paraná, em Curitiba, onde fica o QG das investigações sobre os desvios na Petrobras. 
Politeia é o nome dado pelo filósofo ateniense Platão (428/27 a.C.-348/47 a.C.) à ideia de uma cidade em que as virtudes éticas deveriam imperar sobre a corrupção, como citado em seu clássico "A República". 
Cerca de 250 policiais federais participam da ação. 

APREENSÃO DE BENS 
Em nota divulgada nesta terça, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que a operação tem como objetivo garantir a apreensão de bens adquiridos com supostas práticas criminosas. 
"As medidas são necessárias ao esclarecimento dos fatos investigados no âmbito do STF, sendo que algumas se destinaram a garantir a apreensão de bens adquiridos com possível prática criminosa e outras a resguardar provas relevantes que poderiam ser destruídas caso não fossem apreendidas", afirmou o procurador-geral. 
Segundo ele, as medidas ora executadas refletem uma atuação firme e responsável do Ministério Público Federal em busca dos esclarecimentos dos fatos. 

OUTRO LADO 
Advogado se Ciro, Antonio Carlos de Almeida Castro diz que a busca era desnecessária. 
"O Senador se colocou à disposição, ofereceu seus sigilos, prestou depoimento. Infelizmente no Brasil de hoje os atos invasivos passam a ser a regra", disse. 
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de Collor. O senador sempre negou as acusações.

Fonte: Folha de SP

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