5 de jul. de 2015

Descoberta a causa de todos os vícios

Você já parou pra pensar porque uma noite regada a álcool parece ser o melhor remédio quando algo não vai bem?
Pois é, uma prática comum e muito perigosa. Fugir de problemas usando alguma droga como muleta é como fazer roleta russa, se equilibrando na linha tênue entre a diversão e o vício.
O jornalista inglês Johann Hari publicou no Huffington Post uma pesquisa surpreendente sobre o tema, afirmando ter descoberto a verdadeira causa dos vícios, o texto logo viralizou na internet – merecendo destaque, de maneira resumida, aqui no SOS.
Hari, por conviver com muitos viciados, sentiu necessidade de entender melhor esse universo. Foi quando descobriu uma outra pesquisa, dos anos 70, de um professor de psicologia de Vancouver, Bruce Alexander.
Os experimentos sobre os vícios até então eram feitos com ratos isolados em uma gaiola, com droga disponível. Os roedores não tinham mais nada para fazer, exceto usar a droga. Bruce fez um estudo diferente, separou os ratos em dois tipos de gaiolas:
  • Rat Park: A gaiola tinha “brinquedos” para atividades, outros ratos e duas garrafas, uma com drogas e a outra com água
  • Solitária: Os outros ratos foram colocados em gaiolas isoladas e com as mesmas duas garrafas.
Ratos_sossolteiros
O experimento mostrou que os ratos isolados e sem “brinquedos” viciaram na droga, ao contrário dos ratos no Rat Park. Depois disso, o psicólogo reuniu todos os ratos que estavam isolados e os colocou no parque de diversão para ratos, no início os roedores sentiram alguns tremores, a famosa crise de abstinência, mas logo pararam de usar as drogas e voltaram a ter uma vida normal.
A conclusão desse estudo derrubou a tese de que “vício é uma fraqueza moral”, ele afirma que o problema na verdade não é o viciado e sim o meio em que vive.
Partindo dessa informação, ao analisar outros estudos sobre o assunto Hari percebeu que as conclusões eram sempre as mesmas. Inclusive, descobriu que alguns pacientes em hospitais usam drogas mais fortes que a heroína, mas não viciam ao voltar pra casa.
O jornalista inglês ainda não estava convencido que a responsável pelo vício não era a química, mas logo ele se deparou com a teoria do baralho: “Você pode se viciar em jogo, mas ninguém vai achar que você vai injetar um baralho nas veias. Você pode ser viciado, mas não há o lado químico.”
Ele frequentou reuniões dos Viciados em Jogos Anônimos de Las Vegas e percebeu que eles eram tão viciados quanto os usuários de cocaína e heroína.
cassino_SOSSOLTEIROS
Depois de comprovar que o meio é quem realmente influencia, Johann Hari alerta que o grande problema está no isolamento do viciado. Amigos e familiares muitas vezes não querem ver a pessoa por perto, dessa forma ela perde as conexões humanas, se conectando cada vez mais com a droga.
Segundo o jornalista a sociedade, ao invés de se preocupar apenas com a recuperação do indivíduo, deveria pensar na recuperação social. Para abdicar do conforto de um vício – seja por drogas, comida, cartas, compras, internet – é preciso muito carinho. Em vez de apontar o dedo, estenda a mão e dê um abraço.

Imagem de capa: jessicaspence

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