Ao se aproximar o pleito municipal de
2016 veio à lembrança uma velha estratégia que vem dando resultados há décadas:
mentir! Paul Joseph
Goebbels Ministro da Propaganda do Reich na Alemanha Nazista de
1933 a 1945, um dos principais associados e grande seguidor de Adolf Hitler é conhecido como o pai da máxima: “Uma mentira repetida mil vezes se torna
verdade”.
Mas não são necessárias mil vezes, desde
que habilmente ditas como verídicas no momento oportuno. A última campanha
eleitoral, por exemplo, Parnaíba foi inundada de mentiras. E deu no que deu!
A ideia não floresceu! Hoje vemos uma gestão do tipo “feijão com arroz” que se vangloria por ações pífias e elementares
como tapa buracos, recapeamento asfáltico, retirada de ocupação irregular de
espaços públicos sendo festejadas como ações extraordinárias. Característica de
gestão medíocre...
O efeito disso na mídia ganha força por duas
razões: primeiro é que até então não tinha sido
mostrado resultados concretos, ainda que simples assim; segundo, por se
comparar, inevitavelmente, com as gestões anteriores e que não servem de
parâmetro para a boa comparação. Logo, qualquer “tapa buraco” repercute, pois a cidade há muito carece de uma
administração que zele por ela.
Há nisso tudo, uma
disfarçada estratégia político-partidária: a manutenção do poder. A maldade que
se esconde atrás de um projeto de poder não se revela sem que se faça a análise
de como deve ser uma gestão séria, honesta e comprometida com o bem estar
social. As comparações com as mal fadadas administrações de um passado recente
dão o destaque que é necessário para ludibriar o povo bom e ingênuo deste
lugar. Na verdade serve também para esconder a incompetência e a astúcia dessa
gente que se arvora a dizer que está revolucionando a cidade.
Ao me perder em meus
pensamentos tenho pensado e repensado no caminhar da humanidade e no futuro
dela. Em particular aqui: como poderá ser a Parnaíba e como poderão estar os
parnaibanos daqui a cinquenta anos? E como será realmente a nossa realidade daqui
a cinquenta anos?
Parnaíba vive encoberta por uma grande nuvem do
fisiologismo. Este é um tipo de relação de em que as ações políticas e decisões
são tomadas em troca de favores, favorecimentos e outros benefícios a
interesses privados, em detrimento do bem comum. A ação política está a serviço do grupo dominante
sem nenhuma preocupação com o bem estar das pessoas. Nem mesmo o fato histórico
de a gestão municipal contar com o apoio do Governador e do(a) Presidente da República há 13 anos, nem assim se percebe
uma agenda político-administrativa centrada no desenvolvimento regional
integrado.
Nem nas angústias do
cotidiano daqueles mais desprotegidos. É preciso planejar o futuro, mas também
se devem ter respostas a quem madruga numa fila de um posto de saúde em busca
de uma consulta médica, a quem tem filho (a) que caiu no fosso das drogas, da
marginalidade ou da prostituição, a quem está desempregado e passa privações
com sua família, enfim aos excluídos. Mas também é preciso ter respostas a quem
produz e quer produzir. Qual o incentivo à economia local? Quem vende produtos
e/ou serviços para a prefeitura? Qual a política de incentivo ao micro
empreendedor? Ao microcrédito?
Para complicar não se
experimenta uma reforma estrutural do sistema político, repete-se a velha
fórmula da acomodação de lideranças em troca de apoio político, uso da mídia de
forma desleal onde se paga mais aos jornais, internet e televisões do que se investe
na cultura ou na juventude, por exemplo.
A promoção do bem estar
social e oportunidades duradouras não fazem parte da missão da gestão local. Um
governo municipal que se dá ao luxo de ter mais de 30 (trinta) secretarias e
centenas de cargos comissionados que pouco rende à municipalidade não pode ser
levado a sério!!! Maquiavel na íntegra!
Quando escreveu "O Príncipe" em 1513, Nicolau
Maquiavel tornou-se inadvertidamente no "enfant
terrible" da política do poder, personificando o mal e a corrupção. Na
verdade, Maquiavel não teve a intenção de legitimar a perversidade, pois ele
simplesmente descreveu em detalhes como os governantes do século XVI aplicavam
o poder, administravam suas propriedades, manipulavam e lideravam seus súditos.
Quando finalmente sairmos da esfera da manipulação
psíquica e entrarmos no debate e reflexão do pensamento, poderemos separar "o joio do trigo" e aproximar
nossas propostas da pureza de pensamento aliada ao nosso ideal de construção de
uma nova realidade, que seja, não somente para si, mas para um coletivo que
vibra conjuntamente. Dessa maneira, sim, vamos crescer e desenvolver!
Faço votos que estas reflexões que estou agora
compartilhando, não soem como "arrogância"
ou um algo de "sabe tudo".
Vivemos aprendendo, e a disposição para isto é que vai sempre nos levar mais
além. Estacionar nas verdades impostas por um conforto medíocre só alimenta um
jogo sórdido, aonde muitos, cegamente, vão fazendo os seus "gols contra", sem se dar conta da essência do quão cruel
é a ação política dominante imposta nos dias de hoje à sociedade parnaibana!.
(*)
Fernando Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte parnaibano.
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