Uma comissão formada por estudiosos e
especialistas em segurança pública apresentou ontem (06) à noite na Câmara
Municipal de Parnaíba, um relatório detalhado com esclarecimentos sobre a
transferência da Academia de Polícia Militar da cidade para Teresina e a atual
estrutura e condições em que a instituição se encontra na capital. O estudo foi
dirigido pelo Superintendente de Desenvolvimento Institucional de Parnaíba,
Carlos Alberto Guerra, pelo Secretário de Esporte e Lazer do Município, Heleno
Maia e pelo professor da Universidade Federal do Piauí, Evandro Rui Rui Condé Marlière.
Na pesquisa os capitães de Mar-e-Guerra comprovam que
existem argumentos plausíveis para que a Academia de Polícia permaneça no
litoral. De acordo com o Capitão Heleno Maia, um dos principais objetivos da
pesquisa é analisar as consequências da transferência da instituição tanto para
os futuros oficiais, quanto para o Estado do Piauí. “Se a situação permanecer
como está, as perdas serão tremendas tanto nos aspectos de segurança, turismo e
acadêmico. Será feito um pedido a Assembleia Legislativa do Piauí para que a
Academia de Polícia seja mantida em Parnaíba”, afirma o comandante.
Situado às margens da BR 343, KM 14, o
espaço possui uma boa estrutura física, com salas específicas para os estudos,
refeitório, alojamentos com camas e banheiros, além de áreas de lazer. Conforme
o relatório, a sua localização é ideal para a realização do Curso de Formação
de Oficiais (CFO), pois pelo fato de ficar afastado da cidade, o ambiente permite
que os alunos se mantenham concentrados nos estudos. No relatório os capitães
fizeram um panorama sobre as academias militares do Brasil que também estão
localizadas em áreas isoladas, além de uma análise técnica, econômica e
financeira da academia parnaibana. Ainda conforme o relatório, em Parnaíba a
instituição militar possuía um baixo custo operacional, diferentemente dos
argumentos apresentados pelo Estado ao autorizar a transferência do CFO.
Presente no plenário da Câmara, o vereador
Calson Pessoa (PSB), que luta desde o início pela permanência da Academia
de Polícia em Parnaíba, criticou a desativação do órgão, bem como a
transferência do CFO para Teresina que, segundo ele, foi feita de forma
irregular e criminosa. “A transferência do curso não passou por voto na
Assembleia. Isso é um desrespeito com a cidade de Parnaíba e, como
representante dos cidadãos parnaibanos, não permitirei essa situação”,
desabafou. O parlamentar voltou a afirmar que, caso o governo estadual não
apresente uma solução plausível para o problema até o dia 31 de maio, ele
entrará com uma ação judicial contra o Estado.
“Os oficiais estão em Teresina numa
situação totalmente desfavorável. O CFO foi implantado lá no improviso. Tenho a
informação de que não há nem mesmo beliche nos alojamentos. Os alunos estão
dormindo em cima de carteiras escolares e no chão. Falta até comida. Isso é um
absurdo, é desumano!”, criticou o vereador.
Além de Pessoa, o presidente da Câmara
Gustavo Lima e os demais vereadores contestam a decisão do governo estadual. O
vereador João Câncio Neto disse que o relatório o
encorajou a continuar lutando pela causa. “Não existe a mínima condição de a
academia continuar em Teresina. Não vamos nos calar até que esse problema
esteja resolvido”, frisa Neto. O estudo será encaminhado ao prefeito de
Parnaíba, Florentino Neto, a fim de que sejam tomadas as medidas cabíveis para
solucionar o impasse.
Por Luzia Paula
Fotos: Gleitowney Miranda e Wesley Ripardo
Fotos: Gleitowney Miranda e Wesley Ripardo
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