Quem acha que aquela
situação está ás mil maravilhas só pode ter um carro ou no mínimo uma moto. Não
tem como achar que aquilo é o certo. Porque quem tem ou anda de moto ou carro
de passeio pra ir trabalhar ou resolver qualquer coisa no centro é realmente
uma maravilha. Não tem com que de preocupar como, quando e de que jeito e a que
hora vai voltar pra casa. Mas pra quem depende daquelas vans naquele improviso
de terminal em baixo de um pé de oiti é uma vergonha.
E olhe que até que
melhoraram. Mas se alguém acha que aquilo ali tem de ficar por mais uma boa pá
de tempo daquele jeito só pode ter um argumento pra lá de forte e convincente. Porque toda e qualquer pessoa na Parnaíba que
por uma infelicidade tem de tomar um transporte pra voltar pra casa ou outra
obrigação no meio do dia tem sofrido naquele inferno a céu aberto mais que
sovaco de aleijado. Eu vi uma pobre senhora nessa sexta-feira, doente dos
nervos, sendo conduzida pelo filho, um rapaz de uns vinte e cinco anos.
E eu presenciei todo
aquele sofrimento, toda a sua aflição com nó na garganta. Aquela senhora
doente, inquieta e chorando feito menino quando perde a mãe. E o barulho vindo
daquela loja ao lado, com aquela música irritante em volume alto, um sol de
rachar os miolos. Aquele povo ali, trabalhadores, idosos, crianças, estudantes,
mendigos, vendedores, mães, de pé enfincado sem conforto, perdido e espremido
entre umas bancas de frutas, vendedores de picolés e discos piratas sem uma
grande sombra pra ficar embaixo. Só aquele pé de oiti, coitado, no meio de uma
calçada cheia de buracos.
Porque esta ladainha em
que se transformou a construção de um terminal de ônibus aqui em Parnaíba, seja
ali na praça Santo Antonio, nas redondezas ou no raio que o parta não tem mais
o que esperar. Mais parece um toco de vara, um tronco de bananeira, um sabugo
de milho, um colchão velho em boca de bueiro e que não deixa a sujeira escorrer.
Por que e o que está atravancando há mais de doze anos esta iniciativa de se
construir um terminal de passageiros no centro da cidade? E olhe que a
prefeitura, independente de quem esteja sentado na cadeira e com a caneta na
mão, já fez coisas até de menor alcance social de lá pra cá. Porque aquele
improviso foi ficando... foi ficando e pelo visto ficou.
Por Pádua Marques
Jornalista e Escritor
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