A falta de medicamentos para
doenças crônicas como diabetes e pressão alta nos postos de saúde Parnaíba
coloca em risco a vida de quem depende dos remédios fornecidos pelo município.
Na Unidade Básica de Saúde Milton Martins Vasconcelos Filho, que fica anexa ao
prédio da Prefeitura, no Bairro Pindorama, os pacientes reclamam que falta até
seringa para a aplicação de insulina.
“Minha mãe é diabética e não pode
ficar sem medicação. Nossos recursos são poucos, mas minha família tem se
esforçado pra comprar os remédios dela porque não está dando pra depender do
posto. E a gente também ainda tem que comprar as seringas porque faz tempo que
eles pararam de fornecer. Só de seringa são 30 por mês que ela usa”, reclama a
feirante Mirian Moura.
A problemática foi levada mais
uma vez ao Plenário da Câmara Municipal de Parnaíba pelo vereador Carlson
Pessoa (PSB), em seu discurso ontem (14), após os pacientes lhe pedirem
auxílio. “As pessoas estão morrendo por falta de remédios. Uma gestão que age
dessa forma é criminosa. Não vou ficar calado porque as pessoas estão morrendo
por irresponsabilidade do governo municipal”, declarou o líder popular.
Carlson Pessoa questionou ainda
um relatório apresentado pela Secretaria de Saúde do Município na referida Casa
de Leis no início da semana. Conforme o relatório, os serviços de saúde na
cidade têm passado por inúmeras melhorias, destacando-se a contratação de
profissionais por meio do programa Mais Médicos, entre outras ações. Com a
medida, mais parnaibanos estariam tendo acesso facilitado aos serviços
prestados pelo município como consultas, realização de exames e medicamentos
gratuitos.
“Isso é uma aberração. Esse
relatório não condiz com a realidade precária da saúde pública em nossa cidade.
São filas enormes nos postos de saúde, faltam remédios. Me pergunto: Os dados apresentados pela secretária
de Saúde Maria do Amparo, juntamente com sua equipe são verdadeiros? Não acredito! São
números que não expressam a realidade”, indignou-se Pessoa.
O questionamento do vereador
esquentou os ânimos dos demais integrantes da bancada. A vereadora Neta Castelo
Branco (PPS), rebateu as críticas. “Eu discordo do senhor ao dizer que o
balanço apresentado nesta Casa de Leis não é verdadeiro. Falhas na saúde
existem, falhas na educação também existem, mas não podemos deixar de
reconhecer o esforço feito em benefício da saúde pública em nossa cidade”,
disparou a vereadora.
Assim como Neta, o vereador Antônio
Alves Cardoso (PT) também defendeu o município ao afirmar que as secretarias
têm evoluído na prestação dos seus serviços. “As consultas tiveram um avanço
significativo. Tem pessoas que recebem até medicamentos em casa. A relação de
remédios fornecidos gratuitamente é imensa. Quero mais uma vez parabenizar o
trabalho feito pelo prefeito Florentino Neto, pela secretária Maria do Amparo e
pela sua equipe”, defendeu o petista.
O vereador Ricardo Véras (PTC), disse
que irá até a prefeitura averiguar porque alguns remédios não estão sendo
repassados para a população. Por sua vez, Carlson Pessoa frisou que continuará
cobrando melhorias na saúde e solicitará que o problema da falta de medicação
seja resolvido com urgência.
Por Luzia Paula
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