Delta do Parnaíba é o único das Américas em mar aberto
Piauí: dunas, lagoas e cerca de 70 ilhas distribuídas entre os cinco canais do rio Parnaíba formam um destino imperdível
No encontro do rio Parnaíba com o Oceano Atlântico, na divisa do Piauí com Maranhão, fica o santuário ecológico Delta do Parnaíba, o único das Américas em mar aberto - igual a ele apenas na foz do Rio Nilo, na África, e na Foz do Mekong, na Ásia. É uma região de beleza incomparável, que permite desfrutar de praias desertas, dunas, igarapés, rio, mangues, além da biodiversidade da flora e fauna - a revoada dos guarás é o grande espetáculo.
"Segundo maior rio do Nordeste, o Parnaíba deságua no Oceano Atlântico por cinco canais, que proporcionam diversos passeios em torno das 70 ilhas do Delta", conta Francisco Castelo Branco Correia, turismólogo e gerente de investimentos da Secretaria de Turismo do Piauí.
Antes o acesso ao local era considerado difícil, pois era preciso descer no aeroporto de Teresina e percorrer 3h30 de carro até chegar em Parnaíba. Mas, a partir do próximo mês, o turista terá a facilidade de pousar na própria cidade, considerada a capital do Delta. "Depois de cerca de dez anos, o Aeroporto Internacional voltará a ter três voos regulares na semana - às quintas, sábados e domingos -, o que facilitará o acesso do visitante. Isso irá desenvolver muito o turismo local, a partir do dia 20 de março", afirma Correia.
A entrada do Delta é pelo Porto dos Tatus, no município de Ilha Grande do Piauí, a 20 minutos de carro de Parnaíba. De lá partem as embarcações para os passeios pelas ilhas até o Rio. Há barcos grandes, com capacidade para até 70 pessoas, e lanchas rápidas que podem ser fretadas por famílias ou grupos de até 12 pessoas. "Passa-se nos igarapés, toma-se banho nas águas doces e no mar, passeia-se pelas dunas, avista-se os mangues e a vegetação preservada", detalha Correia.
Segundo o turismólogo, a Ilha dos Poldros, a Ilha das Canárias e a Ilha do Caju, com sua pousada montada na antiga fazenda centenária da família Clark, estão entre as mais famosas para se conhecer no Delta. "Para degustar o caranguejo vale parar para almoçar no restaurante Recanto dos Pássaros, na Ilha das Canárias", sugere.
Ainda na região do Delta, vale visitar a Praia Pedra do Sal, distante 15 km do Centro de Parnaíba. "Belíssima com seu paredão de rochas a beira-mar, que divide o mar em águas calmas, para banho e barcos de pescadores, e bravas, frequentada por surfistas", explica.
Os encantos de Barra Grande, em Cajueiro da Praia
E os atrativos da região de Parnaíba não se resumem ao Delta. Seguindo ao Norte, distante apenas 14 km, a cidade de Luiz Correia é a segunda opção de hospedagem para quem deseja conhecer a região, com hotéis e resorts.
Lá estão muitas das praias mais conhecidas do Piauí, como a do Coqueiro, do Atalaia e praia de Taqui. No caminho a pessoa se depara com a Lagoa do Portinho, de água doce e cercada por dunas, que já foi cenário para uma série de TV brasileira.
Um pouco mais à frente, a 54 km de Parnaíba, Barra Grande é imperdível. Praia do município de Cajueiro da Praia, na divisa do Piauí com Fortaleza, ela foi descoberta pelos praticantes de kitesurf há alguns anos e entrou para a lista dos destinos mais desejados do Nordeste, com seu mar de água mornas e escola de kitesurf. "Suas pousadas a beira-mar têm atraído muito estrangeiros de agosto a dezembro e um grupo de São Paulo que promove um grande reveillón na praia", cita Correia.
O local preserva o clima de Vila de Pescadores, com casa e pousadas rústicas cobertas de palha, pescadores chegando com seus barcos no final da tarde e restaurantes aconchegantes.
A observação do peixe-boi e o avistamento do cavalo-marinho são roteiros imperdíveis em Barra Grande para quem aprecia o ecoturismo.
Revoada dos Guarás
Às 17h30 em direção à Ilha do Caju, as lanchas param os motores para a observação da ave símbolo do Delta. Neste momento do dia, a revoada dos guarás forma um verdadeiro espetáculo da natureza. Elas deslizam até a copa das árvores para o anoitecer. "Ficamos nas canoas aguardando os milhares de guarás pousarem nos arbustos e no mangue. É uma imagem belíssima e surpreendente", descreve o turismólogo.
São pássaros "pintados" de vermelho vivo pela alimentação. "Os guarás são brancos, mas a cor da sua plumagem se torna vermelha com o tempo por conta do consumo dos caranguejos-açu e dos camarões", explica Correia.
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