Essas nuvens são muito incomuns, e se caracterizam por um grande desenvolvimento vertical e por produzirem muita chuva.
O professor já analisava o céu de Teresina há algumas semanas e nos dias 29 de março e 6 de abril constatou a formação de nuvens cúmulos-nimbos do tipo bigorna, respectivamente nas zonas sul e norte da cidade. Essas nuvens são muito incomuns, e se caracterizam por um grande desenvolvimento vertical e por produzirem muita chuva. A partir dos dois eventos o professor passou a analisar mais meticulosamente o céu de Teresina, pois eles poderiam estar associados a um evento ainda mais incomum e extremo.
Formação de nuvens bigorna; foto do Professor Werton Costa |
A nuvem Prateleira (Shelf cloud) é um tipo de formação de nuvem cujo aspecto característico é o de uma longa, baixa e densa camada horizontal, anexada logo abaixo a uma nuvem-pai. Geralmente, shelf clouds precedem uma tempestade. Como o nome já diz, possui camadas que se assemelham a uma prateleira mas, de forma mais detalhada, é uma nuvem baixa e horizontal (não verticalmente proeminente como muitas nuvens de tempestade). Uma nuvem de prateleira é geralmente curva ou semicircular e se sobressai como uma prateleira a partir uma nuvem pai (geralmente uma nuvem de tempestade). Estas nuvens formam-se em associação com uma frente de rajada. Essa frente de rajada pode ser causada por uma linha de instabilidade ou “downdrafts” de um temporal. Ou seja, quando a chuva cai sobre a terra, ele arrasta o ar frio com ela. A chuva refrigera o ar, corre para a terra dentro da célula de trovoada e depois se espalha para fora, uma vez que atinge o solo, de modo que o ar quente e úmido é forçado para cima, e resfria formando uma Nuvem Prateleira. – Werton Costa.
Ainda de acordo com o professor, registros como esse são mais comuns na região sul do país, mas em Teresina ele ainda não havia presenciado. “Busquei vários registros e não há menção ao fenômeno, devemos ressaltar que trata-se de um fenômeno raro no Nordeste, talvez a única ocorrência já registrada em Teresina”, relata Werton Costa.
Sobre a possibilidade de que o fenômeno volte a ocorrer nesse período chuvoso da capital piauiense, o professor enfatiza que é difícil precisar isso através dos dados meteorológicos, mas afirma que continuará a acompanhar diariamente os dados do INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. “Ficamos muito no plano da especulação, pois em uma escala probabilística teríamos que apresentar condições de temperatura, pressão e umidade idênticas às observadas no dia 10 de abril, algo muito difícil”, finaliza.
Edição: Frank Cardoso (Portal Boca do Povo)
Fonte: Ascom/Uespi
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