Hoje, durante um quadro diário de análise política na TV Meio Norte, a jornalista Cinthia Lages lançou um desafio a seu colega Leal Junior, ex-deputado estadual e comentaria político da emissora: apresentar nomes de políticos piauienses que deixaram a vida pública mais pobre do que quando nela ingressaram.
O desafio foi feito porque se discutia a declaração do ex-presidente do Uruguai, José Mujica, que em entrevista à BBC Brasil declarou: “Se misturamos a vontade de ter dinheiro com a política estamos fritos. Quem gosta muito de dinheiro tem que ser tirado da política. É preciso castigar essa pessoa porque ela gosta de dinheiro? Não. Ela tem que ir para o comércio, para a indústria, para onde se multiplica a riqueza".
O desafio ao Leal Junior (apontar políticos que não ficaram mais ricos na atividade pública) segue valendo lá na TV Meio Norte, porém, resolvi tentar dar uma resposta aqui em Urbe et Orbi.
Luís Oliveira de Araújo, 92 anos, meu pai, me deu uma ajuda: citou Leônidas de Castro Melo, que ao deixar o Palácio de Karnak em 1945, após dez anos de mando, foi levado de carona por umchauffeur de praça, que era como se chamava nos anos 40 do século XX um motorista de táxi. O nome do chauffeur era Quarenta.
O sucessor de Leônidas, José da Rocha Furtado, médico como o antecessor, deixou o poder com as mesmas posses que dispunha. Foi embora para Fortaleza, (CE), onde exerceu sua profissão e morreu sem grandes posses.
Antes deles, nos anos 30, um engenheiro piauiense chamado Luís Mendes Ribeiro Gonçalves, secretário de Viação e Obras Públicas do Estado, foi ao Rio de Janeiro comprar material para um sistema de água em Teresina. Não havia licitação, mas sobrava vergonha na cara. Ribeiro Gonçalves procurou o lugar mais barato. Comprou tudo. O gerente explicou que era praxe dar comissão a um terceiro que comprasse na loja. Era o caso do engenheiro: o cheque que carregava pertencia ao Governo do Piauí. Luis Mendes Ribeiro pegou a comissão e quando chegou a Teresina depositou o dinheiro na conta do Estado.
Os exemplos, claro, são bem antigos, mas há casos divertidos.
Os exemplos, claro, são bem antigos, mas há casos divertidos.
Tome-se o ex-governador Mão Santa como um deles. No ano passado, candidato a governador, o peemedebista declarou ter como patrimônio apenas uma casa no valor de R$ 19.317,63.
Outro caso divertido é o do deputado federal Paes Landim (foto), do PTB, o mais antigo congressista do Piauí, cuja vida financeira é uma barafunda completa. Em 2014, Landim declarou ter um patrimônio de R$ 10.754,50, boa parte dele em ações. Não tinha um único imóvel em seu nome. Amigos se divertem dizendo que Landim será processado por empobrecimento ilícito.
Há ainda o ex-governador Guilherme Melo, conhecido por ser herdeiro de uma das mais abastadas e tradicionais famílias piauienses, e que hoje é um homem que vive modestamente.
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