Por: Bernardo Silva(*)
No terreno da política Parnaíba é extremamente machista. Muito mais do que os outros municípios ao seu entorno, que igualmente o são, por questões sociais históricas. É só dar uma olhada no retrovisor.
A história recente registra que, apesar de várias já haverem se candidatado, apenas 5 mulheres foram democraticamente eleitas, pelo voto direto, para assumir um mandato de vereadora no legislativo parnaibano. Foram: Iracema Feitosa, Nádia Mayara, Fátima Véras, Neta Castelo Branco e Fátima Carmino (as duas atuais). Assumiram mandatos também, por contingência do destino, Ana Santana, que assumiu o lugar do então vereador Raimundo Neto, que foi cassado; e Rejane Cavalcante, que era suplente e assumiu alguns meses com a ausência do titular do mandato, do qual não lembramos o nome.
Em cidades do porte de Parnaíba talvez seja a nossa cidade onde as mulheres mais se omitem na hora de se candidatarem. Fruto do machismo do parnaibano, que não quer deixar as fêmeas criarem asas ou por comodidade delas mesmas? Não importa. Por ter a Parnaíba a importância que tem, no contexto geral do Estado, as mulheres deste munícipio deveriam ser mais politizadas, participando mais do processo. Afinal, tudo na vida depende de ações políticas. E por haverem elas (as mulheres) conquistado tantos avanços, em todos os setores, por que não, de forma mais intensa, na política? Até porque os nossos políticos que se dizem homens, parte deles está aí enlameada, lambuzada na corrupção, nos desmandos, na roubalheira que grassa pelo país.
Quanto à Prefeitura, até candidatas foram raras. Mais recentemente apenas dona Adalgisa Moraes Sousa foi candidata, quando perdeu para Zé Hamilton, então candidato à reeleição. Não foi questão de machismo, até porque ela era uma boa candidata. Mas por questão do desgaste político do marido Mão Santa, cuja carreira política estava rolando ladeira à baixo.
Lá atrás – e os mais velhos sabem disso – candidatou-se pelo PT uma médica do antigo FSESP, Doutora Lúcia, numa época de muita dificuldade, porque a política era controlada pela família Silva,pelo empresário José Alexandre Caldas Rodrigues e peloprórpio Mão Santa, cuja estrela começava a brilhar. Foi no tempo em que o PT lançava candidatos apenas para marcar território.
E agora? Na segunda década do século XXI, período das grandes e profundas transformações, quando estamos sendo obrigados a refletir intensamente sobre tudo o que ocorre ao nosso redor?!!! Por que não experimentar uma mulher na Prefeitura? Estamos atrás, com relação aos nossos vizinhos, que já tiveram mulheres comandado seus municípios. Senão, vejamos: na Ilha Grande (Joana), Buriti dos Lopes (Ivana), Luiz Correia (Adriane), Bom Princípio (Ângela Bessa), Caxingó (Rita Sobrinho), Cajueiro da Praia (Vânia), dentre outras. Por que não uma mulher na prefeitura de Parnaíba?!
Deputada Juliana |
Tem mulheres preparadas, à espera de uma oportunidade. No grupo do prefeito Florentino e do ex- José Hamilton, existem duas, cheias de vontade e que não declinariam de convites neste sentido. Trata-se de Valéria Castelo Branco, ex-primeira dama e com experiência executiva; e vereadora Neta Castelo Branco, também preparada para atender ao chamamento, porque tem se preparado para tal.
Do lado da oposição existem: a própria Adalgisa Moraes Sousa, também com muita experiência, como ex-primeira dama do Estado e do município e a deputada Juliana Moraes Sousa, no segundo mandato de deputada e a vontade natural de uma mulher política jovem, aberta a aconselhamentos, que pode ser preparada para administrar a segunda maior cidade do Estado. Os homens já provaram que, mesmo o jovem prefeito Florentino Neto, não vão além do feijão com arroz. Por isso é que o arquiteto Gerson Castelo Branco tenha dito a poucos dias, em solenidade no Porto das Barcas: “Parnaíba numa será uma Sobral e nem o Piauí uma Fortaleza”.
Em tempo: Toda e qualquer mulher pode e deve se candidatar a qualquer cargo ou função. Cito estas acima apenas porque já estão dentro da política.
(*)Bernardo Silva é professor e jornalista
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