A expansão da produção de energia eólica em Parnaíba, cidade localizada 320 quilômetros ao Norte da capital Teresina, tem causado protestos por parte dos moradores da região da Pedra do Sal. A situação ainda não tem data para ser resolvida.
Desde a implantação dos parques eólicos na região da Pedra do Sal, alguns transtornos foram causados aos moradores, alterando o cotidiano da comunidade. Áreas antes livres hoje estão cercadas e mantidas sob forte segurança. Nestes locais, atividades de extrativismo, como a colheita de caju, a extração da palha de carnaúba e o acesso a várias lagoas para a prática da pesca foram impossibilitadas.
A Associação dos Moradores da Pedra do Sal entrou com o pedido solução junto à Prefeitura de Teresina. "A comunidade hoje está certa que quer isso: que não haja mais aumento na energia eólica nesta faixa da Tractebel até o Pontal de Luís Correia", assinalou Carlos Fernando, presidente da entidade.
Uma parte da região da praia será alugada por uma das usinas, que fará a expansão do seu parque eólico. Uma das discussões da comunidade da Pedra do Sal é sobre a proibição do tráfego e da visitação nas regiões de praia assim que a segunda etapa começar a funcionar.
Pesquisa realizada com 250 moradores apontou que 70% dos entrevistados é contra a ampliação do parque eólico, que contará, a partir de 2016, com 70 aerogiradores, gerando energia para uma população de 600 mil habitantes, ou seja, 20% de todo o Piauí.
O prefeito de Parnaíba, Florentino Neto (PT), participou de uma reunião entre empresa e moradores e se disse favorável à expansão - desde que a usina traga benefícios sócioambientais aos nativos. "Se a empresa e todos os organismos chegarem a um convencimento, tudo é compatível. Os moradores estão lá e não vão sair de lá. Mas é preciso que se respeite as atividades econômicas da Pedra do Sal".
No escritório da empresa que pretende expandir seu parque eólico, o diretor informou sobre projetos socioeducativos e culturais realizados ao longo dos anos em Ilha Grande e também na Pedra do Sal. Gustavo Matos garantiu livre acesso à população para a realização de atividades rotineiras.
"Uma das obrigações que a gente tem é a manutenção das atividades locais. Tem uma questão importante: na área que a gente construiu as usinhas, é utilizada apenas 4% do terreno para construção do empreendimento; os outros 96% são áreas nas quais a gente mantém flora e fauna. Somos grandes preservadores daquela região", argumentou.
Flávio Meireles
Com informações da TV Cidade Verde
redacao@cidadeverde.com
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